Olá comparsa,
Conforme prometido, sigo confabulando sobre os discos citados num post anterior. Desta vez, Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo. Belo disco, lançado em 75, no auge da ditadura militar brasileira.
Confesso que nunca manifestei muito interesse por Bethânia. Pra mim, sempre foi a irmã do Caetano, que fazia música de velho. Enorme engano, eu sei. Mas foi assim também com a Gal e a Elis. Nunca me interessei até ouvir, assim, por acidente. Feliz acidente, o dia em que resolvi descolar Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo da prateleira.
Confesso que nunca manifestei muito interesse por Bethânia. Pra mim, sempre foi a irmã do Caetano, que fazia música de velho. Enorme engano, eu sei. Mas foi assim também com a Gal e a Elis. Nunca me interessei até ouvir, assim, por acidente. Feliz acidente, o dia em que resolvi descolar Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo da prateleira.
Chico está impossível nesse disco, inflamado pela maneira peculiar como canta a Bethânia. Ela, por sua vez, interpreta Chico e outros compositores, com sua voz vibrando de maneira estonteante e carregada. Ela é foda. O repertório também.
De um lado, Chico desfere clássicos como Gota d’água e Com açúcar, com afeto, entre outros. Bethânia rebate com Camisola do Dia e Foi assim. Chico presenteia Bethânia com a erótica Sem Açúcar (composição dele para a voz dela), e ela agradece cantando Gita como Raul Seixas jamais poderia imaginar. E assim segue o disco, passeando entre o romântico e o libidinoso, numa combinação perfeita.
Sem açúcar, por exemplo, encaixaria-se perfeitamente numa das crônicas de Nelson Rodrigues, enquanto Sonho impossível é uma das poesias mais belas que já vi na vida (veja bem, eu, que não entendo lhufas de poesia). E ainda sobra espaço para você, leitor (a), fazer um solo em Tanto Mar na versão instrumental. O meu ficou ótimo (há!).
Sem maiores rasgações de seda, Chico e Bethânia juntos são excelentes. Esse é um puta disco pra quem gosta de MPB, Bossa Nova e coisas desse gênero. A música é perfeita, e as letras nada deixam a desejar. Vá correndo chupar essa manga, e deixe o seu comentário.
PS: Ainda falta falar de Getz/Gilberto, e pretendo ainda, conforme sugeriu o João, pincelar um pouco sobre Road to escondido, a parceria entre Clapton e J.J Cale.
Abraço!
Sugestão de Playlist:
Chico Buarque e Maria Bethânia – Sem Fantasia
Eric Clapton & J.J Cale – Heads in Georgia
Turbonegro – Back to Dungaree High
Propagandhi – With Friends like These, who the fuck needs COINTELPRO?
Guess Who – American Woman