segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Pra não dizer que não falei das bundas...

Saudações!


É com grande prazer que volto a postar aqui minhas percepções pessoais, inúteis e infundadas, depois de uma pausa considerável, tradicional dos nossos carnavais. No Brasil, o ano começa em março, praticamente. Mas estamos ai, revigorados, contentes e já esquecidos das atrocidades que vem assolando nossa terra tropical. Você, de novo você, não sentiu a mínima falta do meu blog, mas só o fato de estar aí desse lado já conta pontos pra mim. Mas vamos às pautas.
Roger Waters vem ai, trazendo com ele o lado escuro da lua. No Rio de Janeiro, o show será na praça da Apoteose. Já em São Paulo, será no Estádio do Morumbi, e a apoteose fica por conta dos espectadores. Dia 24 de março estarei lá, atento, longínquo e bem acompanhado, no setor laranja. Não perco por esperar!
E o carnaval esteve ai, recheado de sambas enredos, axés, arrastões e bundas. E por falar em bunda, lembrei me de um fato, acontecido no Rock in Rio de 2001. Eu nunca havia ouvido falar em Queens of the Stone Age, mas vi na tela da TV a bunda branca do ex-baixista da banda, Nick Oliveri, que tocava naquele momento. Pouco depois do fim do show, já de pantalonas, o indivíduo foi detido pela polícia, sob a acusação de atentado ao pudor. Acuado, o "réu" alegou que achava que isso era normal no Brasil, já que havia visto videos do nosso carnaval brasileiro, onde bunda é mato.

Que belo exemplo, hein, Brasil? Lá fora, todo mundo acha que o Brasil é uma putaria, habitado por macacos, traficantes e presidentes alcóolatras. Parte disso é verdade, mas ninguém leva o Brasil a sério, nem mesmo os brasileiros. Somos todos filhos bastardos de uma pátria prostituta.

Mas no mínimo você, sempre você, deve estar pensando: e daí? Bom, além do Brasil ser um mal exemplo, eu lembrei que o fato citado há pouco possui precedentes. Sim, lembra-se dos Red Hot Chilli Peppers? Pois é, o baixista (sempre eles) Flea já tocou diversas vezes em shows da maneira como veio ao mundo - peladão. Novamente: e daí? E daí que hoje eu queria falar sobre as duas bandas (que não formam uma bunda), mas não tinha encontrado nenhuma relação entre elas, a não ser o nome comprido. Pronto.

Na verdade, queria recomendar um álbum de cada uma das bandas.
Do Queens of the Stone Age, eu recomendo o Songs for the Deaf. De gênero indefinível, este disco é excelente, pesado, coeso e conta ainda com a participação de Dave Grohl na gravação das baterias. Um álbum pra se ouvir direto, sem interrupção. De primeira, pode ser um pouco difícil de escutar, mas vale a pena escutar. Principalmente os fraseados de guitarra pouco convencionais, os berros constantes e a bateria martelada. Destacam-se as três primeiras faixas e também "God is on the Radio". Vale a pena, mermão!
Download - Queens of The stone Age - Songs for the Deaf

Já do Red Hot Chilli Peppers, eu recomendo o One Hot Minute. Pra ser sincero, não sou o maior fã dos pimentinhas, mas este disco é indispensável na coleção de qualquer um. Com Dave Navarro no lugar do atual guitarrista John Frusciante, os Chilli Peppers convidam para uma viagem funkadelic, temperada com grooves e muito Rock n' roll. Destaque para "Walkabout", "One Big Mob", "Shallow be thy game" e para o solo insano de Aeroplane. Como diria Montgomery Burns, "Excelente".
Bom, para o seu alívio, eu vou ficando por aqui. Vá correndo baixar esses CDs na internet e divirta-se.
Mas não se esqueça do Brasil não. Faça a sua parte, e não jogue óleo de cozinha nas pias, privadas e esgotos, para não entupí-los.
Abraço!
Sugestão de Playlist:
Orquestra Tabajara - Bésame Mucho
Pink Floyd - Dogs
Elis Regina e Gal Costa - Estrada do Sol
The Beatles - Hey Bulldog
Sublime - Seed

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Mais um grito de socorro

-- Texto de autoria de Gustavo "Spock" Alabarce, em 12/02/07 --
Bom dia, prezado leitor!

Já faz algum tempo que eu venho ensaiando a concretização deste pequeno texto, e é com muito orgulho (e um leve frio na barriga) que agora, no dia do meu aniversário eu sento para escrevê-lo. É uma tarefa árdua escrever um texto decente para integrar esse blog fantástico, sobre a boa música em geral. Mais do que um espaço para as lamentações de uma época que não volta mais, é uma espaço para (juntos?!) começarmos a nos impor neste novo cenário musical do Brasil e do mundo. Como meu irmão já disse, estamos na época do carnaval, com toda aquela música ruim (sou um preconceituoso também), transito nas estradas, e ninguém pensando em mais nada por uma semana! Num mês onde notícias como a de garotos arrastados por carros, prefeitos tendo ataques de raiva, chuvas destruidoras, e (como não poderia faltar o assunto do ano de 2007) aquecimento global, o que o Brasil precisa mesmo é do carnaval, pra relaxar desse começo de ano conturbado.
Mas vamos deixar esse “ataque social” para (quem sabe...) um futuro distante, afinal o intuito desse blog é falar sobre música. Boa música. Música que vive dentro de mim, desde o momento em que minha existência nesse mundo foi confirmada pelo médico, há 25 anos. Sempre vi a música como um instrumento de “libertação”, onde tudo pode ser dito, e o som compreendido num todo. O único problema é esse presente que a música está vivendo. Pessoas que se dizem artistas, escrevendo qualquer tipo de bobagem estão se lançando na mídia como foguetes russos na guerra fria. E a legião de fãs que os segue é assustadora! Para onde será que a boa música (praticada por poucos atualmente) está indo? É por isso que às vezes penso ter nascido na época errada, talvez por não poder mais ver grandes ícones da música em suas performances aclamadas por uma geração, talvez por ter um gosto um pouco mais apurado, ou pelo simples fato de que hoje em dia nada mais se cria, e tudo se copia...

Bom esse texto já está realmente ficando chato, então vou encerrar por aqui. Pretendo voltar, mas isso já é assunto pra outro texto, que estou torcendo para não demorar tanto para ser concretizado.

-- Long Live Rock ‘N’ Roll --
Ass: Gustavo "Spock" Alabarce


Sugestão de Playlist do Spock:

Pink Floyd – Sorrow
Buckethead – Jordan
John Lennon – God
Uriah Heep – Easy Livin’
Tool – Schism

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Todo Carnaval tem seu fim

Bom dia, boa tarde, boa noite...

Depois de quase duas semanas sem postar, aposto que você não sentiu a mínima falta. Tudo bem, tudo bem... O carnaval tá chegando ai, é tempo de folia, marchinhas, cerveja, sol, campanhas contra a AIDS e Axé. Tem Ara Quieto, Asa de águia, Chiclete com banana, merda com estrume, todos juntos agitando o povo! êê beleza! Ninguém merece essa brutalidade, minha gente. Afinal, no carnaval vale quase tudo. Mas essas coisas não valem nunca. É desleal.
O problema do carnaval pra mim sempre foi a música. Não os sambas enredos, que são clássicos, fazem parte da nossa cultura e quase sempre prestam homenagens merecidas a entidades e personagens. Mas o pagode, o funk, o axé e o ranço que eles deixam no ar. A maneira como a nossa festa pagã foi transformada em uma micareta de quase uma semana. Admito que sou preconceituoso quanto a esse tipo de música. Sinceramente não me desce.

Não sou nenhum adorador de carnaval, que acompanha os desfiles das escolas de samba na madrugada ou sai pela rua jogando confete e serpentina. Pra mim, é muito mais um feriado prolongado, uma boa oportunidade pra fazer churrasco, tomar cerveja e descansar. Nesse ponto, imagino que você (se ainda estiver ai) me acha um imbecil. Pode ser. Mas eu acho que o carnaval de antigamente, dos nossos pais, com marchinhas no salão e lança-perfume, era bem mais legal. Sei lá.

Deviam tocar rock n'roll no carnaval. Fazer um megafestival, tipo um woodstock. Ia ser mais divertido e instrutivo. Ou não. Que deixem o carnaval do jeito que está. Os foliões continuam se divertindo de sunga com o funk, axé e pagode, e eu fico com o churrasco e o descanso. E fica tudo igual no Brasil, como sempre foi. O único problema é que depois, o funk, axé e pagode permanecem, mas todo carnaval tem seu fim.

Bom carnaval!

abs

Ps: Spock, parabéns meu velho. Não é todo dia que se faz 30 anos...
Sugestão de Playlist:

- Red Hot Chilli Peppers - Aeroplane
- George Harrison - Let it Down
- Lenine e Elba Ramalho - Lá e Cá
- Fu Manchu - Urethane
- Mutantes - Saravá