quarta-feira, 25 de junho de 2008

L.A Woman

Ok, Ok Amigos.

Muito bem, o mundo gira, a música flui, as pessoas continuam lendo e por ai vai. Tudo bem que a frequência de postagens diminuiu, mas isso aqui não morreu, certo? Estamos ainda na função de fazer tudo isso que o header ai em cima diz, mesmo que apenas para nossa satisfação. Mas e daí? O espaço tem sido bem visitado sim, as pessoas estão baixando boa música e o que importa é que eu vou resgatar da boca do ostracismo mais uma pérola, direto de 71.

Seria, no mínimo, injusto tratar bastante de Classic Rock e Blues aqui e não citar The Doors. Pode reparar, não tinha nada aqui do Rei Lagarto e seus comparsas. Mas agora tem, e é pedrada.

No início de 1971, o Doors já era uma banda consolidada. Tinha hits nas paradas, movimentava milhares de pessoas nos seus shows, Jim Morrison já tinha ascendido ao status de Sex Symbol e com frequência tinha espasmos e desmaios no palco. Depois dessa última turnê atribulada, o Doors entraria em estúdio para registrar seu derradeiro álbum de inéditas.

L.A Woman saiu fresquinho em meados de abril. Mas ao contrário dos demais lançamentos, dessa vez não houve turnê. Jim, que estava bem fora de forma (barbudo e meio gordo), foi para Paris descansar. Dois meses depois, ele morreria em circunstâncias duvidosas dentro de uma banheira. A questão da morte não vem ao caso. O importante é que, apesar da tristeza de perder um ícone do rock, pelo menos houve tempo de gravar L.A Woman por completo.
O álbum é o mais próximo de Hard Rock que o Doors chegou. Tem uma tonalidade bem blues, sem perder aquele ar sexy e a psicodelia, características notáveis da banda. Não por acaso, é o meu favorito e de mais uma horda de ouvintes. Carrega clássicos como Love Her Madly e Riders on The Storm, além de outras pérolas, como The Changeling e Hyacinth House.

Disco muito bacana mesmo. A banda tinha trocado de produtor, mas isso não a barrou de registrar uma jam session extra-longa (o disco foi quase todo gravado 'ao vivo'), reunindo o melhor do estilão barítono de Jim Morrison com os riffs serelepes de Robby Krieger e a genialidade de Ray Manzarek.

Os pontos altos são sem dúvida os berros estimulantes de Been Down so Long e a epopeia auditiva que é a faixa-título da obra, L.A Woman. O disco segue passeando pelo blues e o hard-rock psicodélico, para terminar com o clima torpe e já conhecido de Riders on the Storm. A impressão ao final da audição é que Mr. Mojo Risin não poderia ter deixado uma herança melhor para o mundo.

Sem mais delongas, ai vai:


Tracklist:

1 - The Changeling
2 - Love Her Madly
3 - Been Down So Long
4- Cars Hiss by My Window
5 - L.A. Woman
6 - L'America
7 - Hyacinth House
8 - Crawling King Snake
9 - The Wasp (Texas Radio e Big Beat)
10 - Riders on the Storm

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. The Doors - Been Down so Long
2. Janis Joplin - Me and Bobby McGee
3. The Beatles - Act Naturally
4. Rolling Stones - Brown Sugar
5. John Frusciante - Carvel

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Megadeth

EDIT: Novamente, fomos apurrinhados com relação à disponibilização deste álbum. Sugerimos o download via programas P2P ou em excelentes comunidades no orkut. Agradecemos a compreensão do leitor.
Bom dia amigos leitores.

Atendendo à alfinetada dada pelo meu irmão e companheiro de blog, volto a ativa nesse blog tão fantástico. E dessa vez não venho falar de um álbum, e sim de um show! E se posso dizer, o melhor show do ano até agora.

O Megadeth, uma das maiores bandas de Thrash de todos os tempos, esteve no Brasil no último fim de semana para uma série de shows. Eu fui no de São Paulo, no Credicard Hall, na última sexta feira dia 6. Sim, eu também acho a casa pequena para um show desses, mas enfim, eu saí vivo de lá.
Sem banda de abertura, por volta das 10:15, o Megadeth subiu ao palco. A galera já estava ensandecida, gritando "Mustaine" e "Megadeth" em intervalos irregulares. Mustaine e sua nova trupe (sim, ele troca de musicos como quem troca de cueca) abriram o show com "Sleepwalker", do novo cd "United Abominations", e sem nenhuma pausa, executaram a clássica "Wake Up Dead". "Take No Prisioners" foi a seguinte, mais uma clássica que ninguem esperava. Foi mortal. Gente caindo no chão, vários moshs, no melhor estilo Megadeth. A galera não parava, e Mustaine também não. "Skin O' My Teeth", "Washington Is Next" (mais uma do cd novo) e a porradeira "Kick The Chair". No meio de kick the chair Dave Mustaine sai do palco bufando de raiva, pois o som não estava bom. Ele já havia reclamado com os roadies durante as três primeiras músicas, sem resultado.
20 minutos se passaram e o desapontamento era geral, pois ninguem sabia se eles voltariam para o palco para terminar o show, já que Mustaine é conhecido por ser meio estressado. Mas eles voltaram. Recomeçaram com kick the chair, e novamente, sem pausa, entraram em outro clássico das antigas, "In My Darkest Hour". O som estava muito melhor, nem parecia o mesmo show, e acho que por causa disso, a empolgação da galera dobrou. "Hangar 18" e "She Wolf" foram um dos pontos mais altos do show. Mas o melhor ainda estava por vir.

Os primeiros acordes de "A Tout Le Monde" surgiram nos falantes e a galera encobriu a voz de Mustaine no refrão. Ele olhava com um sorrisinho maroto. Continuando o massacre, tocaram ainda "Tornado Of Souls", "Ashes In Your Mouth", "Burnt Ice" (também do cd novo) e a esquisofrenica "Sweating Bullets", até atingir o ápice do show.

As três ultimas musicas tinham um significado especial: Se você ainda não morreu, agora é a hora! "Symphony Of Destruction" que também arrancou muitas vozes, foi seguida da clássiquissima (!?) "Peace Sells", e então a destruidora "Holy Wars". Durante Holy Wars, o Credicard Hall era uma única "roda punk", num misto de alegria e tristeza, pois era o fim do show. Mustaine agradeceu muito o público brasileiro, apresentou a banda e até conversou um pouco durante o show (coisa rara, pois ele nunca fala nada).

Foi um puta show, em especial porque o Megadeth nesse ano comemora 25 anos de carreira.

Parabéns Mustaine e trupe.

SET LIST DO SHOW

Sleepwalker
Wake Up Dead
Take No Prisoners
Skin O' My Teeth
Washington Is Next!
Kick the Chair
In My Darkest Hour
Hangar 18
She Wolf
A Tout Le Monde
Tornado of Souls
Ashes In Your Mouth
Burnt Ice
Sweating Bullets
Symphony of Destruction
Peace Sells
Holy Wars

Para quem está começando a ouvir agora, sugiro o quarto álbum da banda: Rust in Peace.

Abraço!

Sugestão de Playlist

1. Megadeth - Hangar 18
2. Type O Negative - Love You To Death
3. Gemini Five - When The Body Speaks
4. Cradle Of Filth - Chtulu Dawn
5. CKY - Deceit Is Striking Gold

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Bluesbreakers

Mais um post com introdução porca e enchendo linguiça...

Saudações colegas leitores!

Não este espaço não foi abandonado. Está firme e forte - como nosso Corinthians - na dura batalha de revelar e disseminar as pérolas que já passaram ou estão para passar por ouvidos atentos ao redor de todo o globo. Como sabemos, a cada dia brota mais música na terra, junto com um bando de lixo descartável. A tarefa é árdua e, ao que parece, estou só neste blog (companheiros autores, isso foi uma alfinetada). Mas como há ainda alguns sobreviventes entre os leitores, trago-lhes uma nova pérola. De antemão já aviso que é blues do bom, feito por quem realmente sabe, na boa década de 60.

Há alguns posts atrás, João Victor lhes contava a história do Cream em 2 capítulos. No meio dessa história, um importante John Mayall gravaria com Eric Clapton mais os Bluesbreakers um sacro álbum na biblioteca do blues: John Mayall & The Bluesbreakers with Eric Clapton (grande título).

Conhecido pelos fãs como "The Beano", o disco é magnífico, para dizer pouco. Clapton, em grande forma, dispara riffs e solos mirabolantes sobre standards de blues muy bien executados por John McVie e Hughie Flint na cozinha do conjunto. Em meio a isso, tecladinhos serelepes e a gaita incediária de John Mayall sapecam as canções, resultando numa obra de qualidade indiscutível.

Muitos podem dizer que um álbum majoritariamente composto de standards de blues pode ser enjoativo, mas o conjunto faz questão de provar o contrário. Já de cara All Your Love traça para o ouvinte os melhores prognósticos. E o disco segue com mais outras pérolas, como Little Girl e Hide Away, que soa estranhamente familiar a qualquer um que a ouça pela primeira vez (já ouviu falar em inconsciente coletivo?). Clapton ainda aproveita para emprestar o riff de Day Tripper em What I'd Say, e sem dúvida nenhuma se constitui como a grande cereja do bolo de John Mayall. Não por acaso, nessa mesma época surge a famosa inscrição "Clapton is God" nas ruas de Londres.

Com todo esse background, só resta ao leitor baixar o material.


Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. John Mayall & The Blues Breakers - Little Girl
2. Division of Laura Lee - Black City
3. The (International) Noise Conspiracy - Up for sale
4. Milton Nascimento & Jobim Trio - Chega de Saudade
5. Desert Sessions - Nenada