segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Parte I - As Raízes do Blues Britânico

O próximo Texto é de autoria de João Victor Andery (Ito). Fico feliz em perceber que esse blog tem servido para estimular o interesse pela música, pela leitura e pela escrita, mesmo que para uma minoria. A idéia é essa mesmo. Sem mais delongas, segue o texto.

Na velha Londres da década de 60 uma nova geração de músicos floresceu. Vieram os Beatles, os Stones, The Who, Pink Floyd e etc. Eis que dessa geração saem algumas peças fundamentais para o surgimento do Blues fora da América. Tudo (e quando eu digo tudo, é tudo mesmo) começou com Alexis Korner, conhecido como "O pai do Blues britânico", e a sua banda, a Blues Incorporated, que inicialmente tocava R&B *. O sucesso da banda era tamanho, que eles faziam shows com Muddy Waters e recebiam fãs como Mick Jagger, Keith Richards, Brian Jones, Rod Stewart, John Mayall e Jimmy Page.

Pelo Blues Incorporated, já passaram diversas figuras notáveis do meio musical, como Charlie Watts (baterista dos Stones), Jack Bruce e Ginger Baker (baixista e baterista do Cream, respectivamente), e Graham Bond **, (organista, saxofonista e vocalista do Graham Bond Organization). Vale lembrar que Bond foi um dos primeiros músicos (quiçá o primeiro) a combinar o órgão Hammond aos amplificadores Leslie (equipamento básico de Jon Lord no Deep Purple), e hoje é também conhecido como o co-criador do Blues britânico.

Fora o Blues Incorporated e o Graham Bond Organization, mais uma banda forma a Tríplice-Coroa-dos-Pais-do-Blues-Britânico (TCPBB): o John Mayall and The Bluesbreakers, na minha modesta opinião, a mais importante delas. Faziam o som melhor trabalhado e sem dúvida terminaram de definir o Blues por lá. Eric Clapton passou pelos Bluesbreakers e com eles gravou um disco de título criativo: “Eric Clapton with The Bluesbreakers”. Foi nessa época que começaram a aparecer as inscrições “Clapton is God” nos metrôs de Londres. Além do ótimo som, os Bluesbreakers de John Mayall ficaram famosos por dar origem a outras bandas.

- Então espera ai. Pensando dessa forma, o cenário Blueseiro na Inglaterra era uma verdadeira putaria! Um dava raízes ao outro, que dava origem a mais um, e assim em diante.

Exato. Alexis Korner originou os Stones e o Graham Bond Organization. O Graham Bond deu origem ao Cream. E o John Mayall and The Bluesbreakers por sua vez deu origem ao Fleetwood Mac ** (na época de Peter Green, quando eles faziam um Blues roots), integrou Mick Taylor (não é o Jagger) nos Rolling Stones e Eric Clapton no Cream.

E é aqui onde eu queria chegar, no Creme do Blues, com os músicos mais requisitados da época, o primeiro Power Trio da história. Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton, o Cream. Mas essa é outra história, que fica pra mais tarde. Já tomei em demasia o tempo do leitor.

Obrigado e até a próxima.

Notas:

* O R&B era o estilo dominante da época. O The Who e os Stones no início eram R&B (Rhythm and Blues).

** Particularmente, Graham Bond era uma cara estranho. Viciado em heroína por algum tempo, largou as drogas e começou a se envolver com o ocultismo, chegando até a achar que era filho do próprio Aleister Crowley. Acabou suicida debaixo das rodas de um trem.

*** O Fleetwood Mac já foi bom um dia. No seu início, antes de Stevie Nicks e cia. entrarem para a banda, eram Peter Green e John McVie quem ditavam as regras. E a regra era o Blues.

**** Rod Stewart também já foi boa gente e gravou um disco Blueseiro com o Jeff Beck.
Texto por: João Victor Andery

Sugestão de Playlist:

1. John Mayall and the Bluesbreakers (With Eric Clapton) – Steppin’ Out
2. John Mayall and the Bluesbreakers (With Eric Clapton) - All Your Love
3. Graham Bond Organization - Wade in the Water
4. Graham Bond Organization - Big Boss Man

5 comentários:

Danilo L. disse...

Como já indiquei no título, espero a segunda parte da história, com foco no Cream, é claro. E de quebra, peço a indicaçào de algum álbum deles. Me manda Ito!

Anônimo disse...

A segunda parte não vai demorar muito. Espero que gostem do Creeaaaammmm...

Quanto aos albuns, o Cream só lançou 4. Escute todos pois cada um é cada qual, e cada qual é cada um, entendeu? Dê enfase ao Fresh Cream (primeiro) e o Disraeli Gears (segundo).

Abraço!

Anônimo disse...

aeeeeeee
agora ta bom o negócio
logo vou fazer uma sobre rock progressivo
huahuahua
pode né???
huahua
bjunda
FAGO

Danilo L. disse...

Agora tá bom? Não tava antes,não?
Faz ai Fagão, manda pra gente que aqui a coisa é pública. Democratização da Cultura Útil.

Anônimo disse...

Jimmy Page como fã não é pra qualquer um xD .