sexta-feira, 16 de maio de 2008

It's Palm Desert, Baby.

Sem idéias para um subtítulo melhor...


Enfim, cumprindo com a promessa que fiz a mim mesmo, posto-lhes as Desert Sessions. Todas elas, de 1 a 10 como nos discos de vinil, mas agrupadas em pares, como são os CDs. Para quem não sabe, Desert Sessions são sessões experimentais de música que tomaram lugar no Desert de Joshua Tree, EUA. Lideradas por Josh Homme, frontman do QOTSA, essas sessões reunem diversos músicos da cena Stoner, além de mais um punhado de músicos aleatórios. O resultado é extremamente psicodélico, experimental e diferente de tudo que já ouvimos.

As Desert Sessions começaram em 1997 e a última gravação foi em 2003. Foram seis anos de sessões lisérgicas, resultando em canções não-comerciais que passeiam entre o obscuro e o ridículo, no bom sentido. Têm uma pegada stoner rock bem forte, com nuances de alucinação e o que parecem ser impropérios eletrônicos, mas que na verdade soam bem ao pé do ouvido, no conjunto.

A primeira e a segunda sessão são as que trazem a maior bagagem experimental. Nota-se que é uma reunião sem compromisso de músicos, improvisando loucamente em canções, na maioria das vezes, instrumentais. É um álbum de abertura bem bom, mas um pouco difícil na primeira audição. Destacam-se Screamin' Eagle e Johnny the Boy como as mais interessantes.

Já o segundo par de discos traz alguns covers e músicas que serviriam de base para ábuns do QOTSA posteriormente. Aqui a participação de gente aleatória começa a aumentar, o que torna o disco mais rico. Destaque para Monsters in the Parasol (que depois figuraria no Rated R), The Gosso King of Crater Lake e a cover de Eccentric Man, original dos Groundhogs, de 1960.

Os volumes 5 e 6 são talvez os mais ricos, ou pelo menos, estão entre os 4 mais importantes. Aqui a sonoridade é mais pesada e escrachada, mas não menos densa. Rola inclusive uma pegada levemente Punk Rock. Pra começar já temos (You Think I Ain't worth a Dollar but I Feel like a) Millionaire numa versão diferenciada, que serviria de subsídio pra canção de mesmo nome do épico Songs for the Deaf. Na sequência temos pérolas como Punk Rock Caveman (...), Teens of Thailand, e outras coisas menos sérias como Take me to your leader.

O quarto par, formado pelos volumes 7 e 8 é talvez o mais estranho. Tem músicas de gozação como Covousier e Ending, além de músicas mais pesadas e outras indefiníveis. Inclui ainda uma versão de Hangin' Tree, que depois entraria no mesmo Songs for the Deaf do QOTSA. Não é o melhor de todos, mas vale a audição por canções como Making a Cross e Polly Wants a Crack Rock.

Compiladas no álbum número 5, estão as sessões 9 e 10. Esse álbum em especial tornou-se mais conhecido pela participação bastante ativa de PJ Harvey nas gravações. Prova disso é o single quente de Crawl Home que foi lançado posteriormente e inclui até videoclip. PJ geme deliciosamente sobre uma melodia devassa, merecedora de destaque no conjunto. Mas há também outras pérolas como I Wanna Make it Wit Chu (que depois figurou no Era Vulgaris), In My Head...Or Something (presente no Lullabies to Paralyze), Subcutaneous Phat e Bring it back gentle. É a compilação de sessões melhor estruturada, num esquema mais profissa, com canções mais comerciáveis e ainda assim experimentais.

No geral, as DS servem como um grande laboratório do cientista louco que é Josh Homme. No entanto, possuem também sua importância como material independente, desvinculado do QOTSA. Diz a boca pequena que os volumes 11 & 12 devem sair em breve, mas por enquanto é só balela. Resta a nós dissecar 10 volumes de psicodelia, stoner rock, experimentalismo e bobagens da melhor estirpe, enquanto as boas novas não chegam.


Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Desert Sessions 1 & 2 - Johnny the Boy
2. Desert Sessions 3 & 4 - The Gosso King of Crater Lake
3. Desert Sessions 5 & 6 - Teens of Thailand
4. Desert Sessions 7 & 8 - Nenada
5. Desert Session 9 & 10 - Subcutaneous Phat

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O mago dos Vegetais

Replicando conteúdo por uma boa razão...

Provavelmente o leitor deve estar se indagando: por que raios falaria-se de legumes num blog sobre música? Pois bem, vira e mexe, uso expressões gastronômicas para expressar minha opinião sobre alguns sons, vide esse post (abusei, confesso). Mas ontem perambulando pelo Youtube, me deparei com um vídeo com o título no mínimo curioso e que muito tem em comum com música e comida: Cocumber Trumpet "March of Bee". A idéia de um trompete de pepino é realmente incomum, e vendo a imagem do vídeo (um senhor oriental soprando o legume) não pensei duas vezes antes de clicar.

Aparentemente sem nome, o homem que atende por heita3 (ou heita2 no Myspace) é especialista em criar instrumentos a partir de vegetais. Além de escolher criteriosamente, o homem produz, afina e toca os instrumentos, muitas vezes acompanhando músicas. Entre seus vídeos no youtube (31 no total), você encontrará além do trompete de Pepino e Páprica, ocarinas de brócolis, páprica, cogumelos, ou abóboras, e flautas de cenoura, além de alguns instrumentos que não conhecia, ou outros feitos à partir de vegetais diferentes, como um Oboé de "Butterbur".

Sem dúvida impressionante a criatividade e inteligência do homem. Apesar da japonês ininteligível, os vídeos são demais, e ele ainda explica como são feitos os instrumentos. Sem mais, deixo aqui algumas amostras dos vídeos. O restante é por conta de vocês.














Muitos podem duvidar, mas é sim real. E mais, essa prática já é relativamente antiga. Navegando nos vídeos do nosso protagonista, encontrei uma orquestra de vegetais. Sim, uma orquestra.




Sem mais, deixo com vocês esse banquete musical (perdão, é inevitável!)
Abraço a todos, e logo mais eu coloco as Desert Sessions aqui, sem falta!

Sugestão de Playlist:

1. Johnny Cash - Personal Jesus

2. The Beatles - Savoy Truffle

3. Chico Buarque - Feijoada Completa

4. The Beatles - Glass Onion

5. Queens of the Stone Age - Broken Box