terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ok, ok... I'll lick your legs.

Boa tarde.

Me deparei hoje com um re-convite para fazer parte desse blog que tanto traz coisas boas aos seus leitores. Escrevi algo aqui a muito tempo atrás, e (digo isso com vergonha) não mais trouxe algo de útil para cá. Obviamente eu dei uma "folheada" no blog antes de postar alguma coisa, pois queria trazer algo de novo (não necessariamente atual) para vossas caixas cranianas. Foi então que eu me deparei com uma citação sobre uma inglesa que participara das famosas "Desert Sessions". Acontece que essa "fish n' chips eater" está vitalícia no meu playlist, atormentando minha mente e trazendo muitas boas influências para mim.

Falemos então de PJ Harvey: Polly Jean Harvey, nasceu na Inglaterra e parou de crescer cedo. É um toco. Porém, seus poucos centímetros não são tão aparentes quando ela faz o que lhe foi incumbido: cantar. Seu primeiro álbum (Dry, 1992) se compõe de músicas densas, com temáticas pesadas. Recomendo.

Com um total de 7 álbuns de estúdio lançados, PJ parece não gostar muito de estereótipos e rótulos. Desde Dry, até seu último lançado em 2007, Harvey apresentou dezenas de sonoridades, timbres, vozes e intenções diferentes. Quer algo pesado? Ok, ouça Uh huh her de 2004. Entendi, você precisa sentar e ter espasmos nervosos e musculares: Nada melhor do que White Chalk (o último) na íntegra, onde ela realiza experiências sonoras jamais vistas em sua carreira. Ou, se ainda não se convenceu e está em busca de um álbum que mude a sua vida, recomendo Stories from the City, stories from the Sea (2000). Nesse álbum, nossa querida e tipicamente britânica se inspira em toda sua experiência nos Estados Unidos, especialmente em NY. É uma obra-prima. Com um destaque à música This Mess We're in com a participação de ninguém menos que Thom Yorke.

Infelizmente não posso disponibilizar os links dos álbuns dela porquê estou no trabalho, e aqui temos muitas restrições virtuais (imaginem só: não posso sequer me atualizar no Sandrinha, como faço há anos!), mas deixo a dica: No Orkut, acessem a comunidade DISCOGRAFIAS. É o paraíso. Vocês hão de encontrar tudo o que quiserem dela, e de qualquer outro artista, basta ir na opção "buscar tópicos" ou algo assim.

Deixo aqui algumas sugestões de músicas da moça:

Kamikaze - Stories from the City, stories from the Sea (2000)
Dress - Dry (1992)
Grow grow grow - White Chalk (2007)
The Letter - Uh Huh Her (2004)
To Bring you My Love - Álbum homônimo (1995)
Rid of Me - Álbum homônimo (1993)


Mas não parem por aí.

Um beijo a todos vocês.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

From the South...

Hola que tal?
Pedimos desculpas aos companheiros leitores, pois os deixamos na mão durante esse intenso mês de Novembro.
Here we go...


Quando Eric Clapton conheceu Duane Allman, ele disse algo como: “Duane é uma alma solitária. Um Deus da guitarra!”. Tanto disse, que os dois tocaram juntos em praticamente todo o disco “Layla and Other Assorted Love Songs”, do Derek and the Dominoes. Os dois se conheceram por intermédio de Tom Dowd, produtor de ambos, que levou Clapton ao show dos Allman Brothers em Miami. Quando Duane avistou Clapton na platéia, ele congelou, estourou uma corda e ficou paralisado, restando a Dickey Betts continuar o solo interrompido. Após o show, Clapton o convidou a se juntar ao Derek and the Dominoes nas sessões de gravação. Duane acabou exercendo um papel fundamental no disco, gravando quase todas as canções.


The Allman Brothers Band surgiram no final da década de ‘60 no Estado da Geórgia, Sul dos EUA. São considerados os arquitetos do estilo Southern Rock, que consiste na mistura no Rock’n Roll com o country e o blues. Além desses gêneros, eles ainda incluíram o Jazz à mistura, o que talvez tenha dado o toque especial ao som dos Allman Brothers. A banda era formada originalmente pelo vocalista e organista Gregg Allman, os guitarristas Duane Allman e Dickey Betts, o baixista Berry Oakley, e os bateristas Jai Johanny Johanson e Butch Trucks.


Pouco antes da morte de Duane e Berry Oakley, eles realizaram alguns concertos antológicos nos auditórios Fillmore, de propriedade do notório empresário musical Bill Graham, que hoje possui um site com todo o seu acervo disponível de graça para ouvir. Tais concertos entraram para a história e fizeram dos Allman Brothers uma lenda pelo seu poder de improviso no palco, tocando músicas por mais de 20 min.


O álbum em questão é o “Live at Fillmore”, gravado ao vivo no auditório Fillmore East, em Nova York, nos dias 12 e 13 de Março de 1971, e lançado no mesmo ano. Foi considerado um dos melhores álbuns ao vivo da história, apareceu em 49º lugar na lista dos 500 melhores discos de rock de todos os tempos da revista Rolling Stone e chegou ao 13º posto dos mais vendidos na parada Billboard. Destaque para as músicas "Whipping Post", um tour de force improvisado de 20 min., e "Hot ‘Lanta", um instrumental em que se percebe bem as duas baterias trabalhando juntas.


Dizem que “tudo o que é bom, dura pouco”, e infelizmente foi o que aconteceu com os Allman Brothers. A banda estava em alta por conta do álbum ao vivo em Fillmore, lançado em Julho de 1971. Em Outubro, Duane morre em um acidente de moto, e em Novembro do ano seguinte, o baixista Berry Oakley também morre da mesma maneira, apenas a 3 blocos de distância de onde Duane perdera a vida.
A banda continuou em frente com diversos membros diferentes, Warren Haynes vocalista e guitarrista do Govt’ Mule, e Derek Trucks, garoto prodígio da guitarra, sobrinho do baterista Butch Trucks.



Curiosidade


A banda nunca gostou de ser fotografada, e curiosamente na capa do Album todos estão sorrindo alegremente. O motivo: no meio da sessão, Duane avistou um amigo que era também dealer, pegou um punhado de Cannabis e o escondeu entre as pernas, o que fez toda a banda gargalhar.



TRACK – LIST



Lado A
1 – Statesboro Blues
2 – Done Somebody Wrong
3 – Stormy Monday

Lado B
4 – You Don’t love Me

Lado C
5 – Hot ‘Lanta
6 – In Memory of Elizabeth Reed

Lado D
7 – Whipping Post

Sugestão de Playlist
1 – Herbie Hancock - Hang Up Your Hangs Ups

2 – Art Blakey and The Jazz Messengers - Dat Dere
3 – Fela Kuti - Zombie
4 – George Harrison - Isn’t It a Pity?
5 – The Allman Brothers Band - Black Hearted Woman

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

With a Little Help From My Friends

Edit: Recebi reclamações e ameaças quanto à disponibilização do link deste álbum. Apesar do Termo de Responsabilidade constar logo abaixo na página, prefiro evitar problemas, deixando apenas a sugestão a quem desejar procurar. Pela Internet é bem fácil de encontrarmos esse álbum. Fica a critério do ouvinte baixar ou não.

Greetings Earthlings,

Quem não se lembra da abertura abaixo?




Para os nascidos na década de 80, ou anteriores a ela, The Wonder Years foi um marco. Além dos episódios excelentes, muitos de nós ouviram With a Little Help from My Friends pela primeira vez na abertura da série, sem sequer imaginar que aquela música era dos Beatles, ou quem diabos era Joe Cocker. Mas quem assistiu depois a videos do Woodstock, sabe com toda certeza dizer quem é Joe Cocker. É aquele cara cabeludo, espalhafatoso, com um timbre de voz singular, que vivia tendo espasmos delirantes no palco.

Pois bem. Em abril de 1969, ele lançaria o lendário With a Little Help From My Friends, também seu debut álbum, para atingir estrondoso sucesso e garantir seu bilhete de ida ao Woodstock, em agosto daquele mesmo ano. É deste disco que falamos hoje.

Com uma atmosfera otimista, o álbum é quase uma antologia de covers bem sucedidos de Cocker. Além da faixa título, temos Don't let me be misunderstood (mais conhecida pela versão dos Animals), Feelin' allright (de Dave Mason), I Shall Be Released e Just Like a Woman (ambas de autoria de Bob Dylan).

Mas não só de covers vive Joe Cocker. Change in Louise, Marjorine e Sandpaper Cadillac são alguns exemplos de composições suas, regadas de teclados enérgicos, riffs de guitarra marotos e é claro, os melhores backing vocals da praça, liderados pela inconfundível voz do gigante cabeludo.

Logo na primeira audição, garanto que o ouvinte esboçará um sorriso em função do clima do álbum, que por sinal é muito coeso. Na minha humilde opinião, é um disco que nos faz sentir melhor, e aplicável em qualquer situação, prefencialmente em doses cavalares. É também um excelente acepipe para degustarmos a obra posterior do velho Joe, que corre o risco de ser contemplada por aqui em breve.

Abracas!

Sugestão de Playlist:
1. Joe Cocker - Change in Louise
2. John Frusciante - The Will to Death
3. Devendra Banhart - Rose
4. Elis Regina - Atrás da Porta
5. Queens of The Stone Age - God is on the Radio

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cornerstone Roots

Postagem rápida. Um sopro de vida nesse blog moribundo. Especial pro Magrão.

Para aqueles que apreciam Reggae e Dub, apresento-lhes uma pedrada. Banda Neo-Zelandesa, formada em Raglan, no ano de 2001. O Cornerstone Roots faz um som autoral de excelente qualidade, somando pesados riffs de baixo, com letras engajadas e uma sessão rítmica bem entrosada. Apesar de ser Roots, a pegada difere do Reggae Roots que encontramos por aqui (sem juízo de valor para qualquer um dos dois).


Enfim, banda boa, e um bom som pra sair da rotina. Posto aqui principalmente pela dificuldade de encontrarmos material pela web. Sendo assim, disponibilizo o álbum mais recente (Free Yourself, de 2007) e parte do seu antecessor (Soul Revolution, 2003), já que não consegui baixar tudo.

Pra mais informações, visite o site dos caras, assim como o myspace.

Download - Cornerstone Roots - Soul Revolution (2003) (Incompleto)

Download - Cornerstone Roots - Free Yourself (2007)

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Cornerstone Roots – Wake Up
2. Joe Cocker – Feeling Allright
3. Jimmy Eat World – Get it Faster
4. Marcelo Camelo – Janta
5. Sérgio Mendes – Eu tô voltando

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Adeus, Rick



Londres, 28 de Julho de 1943 — Londres, 15 de Setembro de 2008

Morreu ontem um dos principais ícones do rock progressivo, e um dos fundadores do Pink Floyd, o cantor, compositor e tecladista, Richard Wright. Aos 65 anos, ele não resistiu à uma breve luta contra o câncer, conforme nota emitida pelo seu porta-voz. Em respeito à família e aos amigos, nenhum detalhe adicional foi dado, fazendo jus ao mais low-profile dos integrantes do Pink Floyd.

De fato, Wright sempre foi mais tímido sob o olhar dos holofotes, se comparado ao resto da banda. Fato natural, uma vez que a maioria das composições da banda provinha de Waters ou de Gilmour. Encontramos ainda precedentes, se comparamos a história do Floyd à dos Beatles. 

Engana-se, porém, que lhe atribui menor importância. Wright desde o início teve participação ativa nas composições e arranjos, e sem dúvida sua maneira de tocar e sua sensibilidade musical deram ao Pink Floyd uma marca original. Tornou-se também um dos principais parceiros musicais de Gilmour, mesmo quando a banda começava a sucumbir à Ego-trip de Waters em The Wall.  E quando enfim o Floyd se rendeu a esse capricho de Waters, Wright foi afastado da banda, participando apenas da turnê do álbum. Voltaria com a saída de Waters, na gravação de A Momentary Lapse of Reason e a partir daí contribuiria até as últimas composições do Floyd, em Division Bell. 

No período em que esteve afastado, agrupou-se com outros músicos e montou o Zee. Também gravou 2 álbuns solo ao longo de sua carreira: Wet Dream (1978) e Broken China (1996).  Não cabe aqui citar cada uma de suas composições, pois seria impossível enumerar suas contribuições tanto para o Pink Floyd, como para outros músicos.

Wright pode não ter sido o mais polêmico ou comunicativo dos membros da banda, mas foi sem dúvida um componente essencial no que se configurou como a alma do Pink Floyd. Mais do que isso, foi um homem gentil e sensato, que deixará para sempre uma lacuna nos corações de seus fãs, mas também sua memória viva.

O 115 dB deixa essa pequena nota como uma homenagem a um dos grandes ícones da música, que hoje habita um lugar melhor, e que com toda certeza, incendeia agora aquele Great Gig in the Sky. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Gente bronzeada

Resumo rápido e extremamente impreciso


Os Novos Baianos são fruto da musicalidade e das relações sociais internas da Tropicália. No meio da Geléia Geral que foi o movimento, Moraes Moreira topou com Luiz Galvão, por intermédio de Tom Zé. Ambos foram introduzidos posteriormente a Paulinho Boca de Cantor e a Baby Consuelo. Por fim, Pepeu Gomes se junta à farra, e estão formados os Novos Baianos, que contavam ainda com Jorginho na bateria e Dadi no baixo.

Em 1970 lançam É Ferro na Boneca como álbum de estréia – na minha humilde opinião, nada especial – para 2 anos depois, catimbarem a cena musical com Acabou Chorare.


O Álbum

Por volta de 1972, João Gilberto, a lenda, visita a banda durante um tempo no Rio, no “4 cômodos” em que se apertavam os integrantes. Lá ele passa sugestões de músicas a serem regravadas e introduz o samba no rol de influências dos garotos. Soma-se a isso a forte influência tropicalista da banda, sobretudo de Gilberto Gil e Caetano Veloso, e têm-se um dos maiores discos brasileiros de todos os tempos.

A recente edição brasileira da Rolling Stone apontou o disco como o número 1 do seu Top 100 discos brasileiros. Pra ser sincero, nunca pensei muito no assunto. Listas são complicadas, são muito pessoais e subjetivas. Não sei se concordo. Além do quê, há muito a ser ouvido ainda. Mas ainda assim, é um álbum foda.

O disco abre "ufânico" com Brasil Pandeiro, versão dos Baianos para composição de Assis Valente. Nota-se a influência de João Gilberto já nas primeiras batidas do violão e na levada do samba. Paulinho, Baby e Moraes Moreira dividem os vocais. Em seguida, Preta Pretinha introduz a bateria ao álbum, que depois é largamente explorada em Tinindo Trincando, juntamente aos primeiros sinais de distorção e da influência Tropicalista.

Seguem-se Swing de Campo Grande, os versos surreais de Acabou Chorare, e Mistério do Planeta, pra depois Baby Consuelo voltar cantando Menina Dança feito moleca. Na sequência, Besta é Tu e Um Bilhete para Didi – essa em especial, é uma das melhores. Toda instrumental, começa como samba-choro, na pegada da Brasileirinha, pra depois revelar a guitarra baiana de Pepeu, apimentada como o quê.

O álbum fecha com um Reprise de Preta Pretinha, e em pouco tempo a audição está concluída, percorridos os curtíssimos 36 minutos de gravação. Fica aquela sensação de que Acabou Chorare podia bem ser um álbum duplo. Nada mal né?

Seria pedir demais pra aquela gente bronzeada fazer um Bis?

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Novos Baianos - Um bilhete para Didi
2. Caetano Veloso - Nine out of Ten
3. George Harrison - Gone Troppo
4. The Almann Brothers Band - Black Hearted Woman
5. NOFX - Electricity

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Embromando

Stay tuned for the next posts.







Não. Nada terão a ver com estes vídeos.

Sugestão de Playlist:

1. Good Riddance - More Depalma, Less Fellini.
2. Los Hermanos - O Vento.
3. Queens of the Stone age - Leg of Lamb.
4. João Gilberto e Stan Getz - O Grande Amor.
5. Caetano Veloso - Nine out of Ten.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Big Time Orchestra

A coisa tá de rosca, como eu sempre digo de início...


Saudações Terráqueos,

Hoje nossa pauta contempla a Big Time Orchestra, Big Band curitibana que produz um Rock/Soul/Swing/Jazz de altíssima qualidade, além de uma performance no mínimo divertida nos palcos.

Vou ser bem direto e conciso para descrever os caras. Mas para os desavisados, já comunico que não tem download, apesar de eu possuir o CD. Explico: Por ser uma banda pouco conhecida no Mainstream, mas de grande qualidade, acho que vale a pena as pessoas gastarem um pouco do seu tempo no site dos caras, e mais do que isso, desembolsar míseras 10 pratas num CD bacana. Apesar de apenas 5 músicas, o disco é bem legal e vem ainda 2 faixas extras em vídeo. Não quero ser o cara a canibalizar as vendas deles, já que eles não disponibilizam nada para download.

Canibalizo sim, de certa forma, o material de grandes bandas, porque acho que é uma forma de lutar contra os preços abusivos dos CDs, além de ser um incentivo à compra do material, pra quem se torna fã de verdade. Além disso, o número de downloads aqui é incipiente perto do volume de vendas dos "grandes", e se eu não fizesse, outra pessoa faria. Mas esse não é o mérito desse Post.

O Show dos caras, com S maiúsculo, que eu presenciei, rolou em Campos do Jordão no sábado, dia 19. Nem sabia que eles eram a banda da noite, mas assim que vi o nome, associei à banda que fecha curtas temporadas no Bourbon Street. Só o fato de estar no Bourbon já me indica um selo de qualidade, e por isso fiquei para checar.

O repertório inclui diversos clássicos, bastante Rockabilly bem suingado, frases de guitarra sempre pertinentes, uma tecladista virtuosa e um naipe de metais muito bem entrosado, não só musicalmente, como na qualidade cénica. Enquanto algum dos membros da banda executa um dos muitos solos que permeiam o show, a trupe dos metais faz coreografias e palhaçadas que dão um brilho extra ao Show. Destaque ainda para o guitarrista estilo Joe Satriani, sua linda Semi-Acústica, e o vocal encorpadíssimo que lidera a banda.

Não cabe aqui ficar pontuando os ápices da apresentação. Basta estender o convite para que vocês acessem o site deles. ali dá para ouvir a banda, ver alguns vídeos, conhecer a agenda de shows, e por ai afora. Fica a dica de que eles vêm pra mais uma temporada no Bourbon em Setembro, por isso preparem suas agendas.

Sem mais delongas, fica o convite.

Abraço!

PS: Meu sonho é ter uma Big Band.

Sugestão de Playlist:
1. Elvis Presley - Hound Dog
2. Buffalo Springfield - Broken Arrow
3. Marina de La Riva - Ta Hi
4. Frank Zappa - Catholic Girls
5. Chico Buarque e Maria Bethânia - Sem Fantasia

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Hora do Jabá

Opa!

Tá meio devagar a coisa aqui né? Hoje tem novidade fresca. Temos certeza que vocês nunca ouviram isso aqui. Até porquê é produção nossa (por isso o título). Improviso sem compromisso sobre um standard de blues, gravado no último final de semana na casa do Ito. Check it out, e espero que curtam.

E por fim, observem que há uma nova seção ali na barra lateral, com os próximos reviews e tópicos que iremos trazer aqui. Sintam-se livres para opinar e sugerir temas aqui pra nossa budega.

Abraços!

Sugestão de playlist:

1. Derek and the Dominos - White Room

2. Desert Sessions - Crawl Home

3. Van Morrison - Wild Night

4. Milton Nascimento e Jobim Trio - Tudo o que você queria ser

5. Elza Soares - Não deixe o samba morrer

terça-feira, 1 de julho de 2008

Infusión Flamenca

Caros leitores, desculpem-me pela demora, mas tinha esquecido completamente da minha promessa de lhes mostrar o Fusion Jazz espanhol.
Não tenho mais nada para lhes dizer sobre a música. Apenas assistam ao vídeo. Espero que gostem.

Sugestão de Playlist
1 - Allman Brothers Band - Hot 'Lanta
2 - Bob Dylan - It's All Over Now, Baby Blue
3 - Thelonius Monk - Brilliant Corners
4 - Led Zeppelin - Black Montain Side
5 - Red Hot Chilli Peppers - Deep Kick

quarta-feira, 25 de junho de 2008

L.A Woman

Ok, Ok Amigos.

Muito bem, o mundo gira, a música flui, as pessoas continuam lendo e por ai vai. Tudo bem que a frequência de postagens diminuiu, mas isso aqui não morreu, certo? Estamos ainda na função de fazer tudo isso que o header ai em cima diz, mesmo que apenas para nossa satisfação. Mas e daí? O espaço tem sido bem visitado sim, as pessoas estão baixando boa música e o que importa é que eu vou resgatar da boca do ostracismo mais uma pérola, direto de 71.

Seria, no mínimo, injusto tratar bastante de Classic Rock e Blues aqui e não citar The Doors. Pode reparar, não tinha nada aqui do Rei Lagarto e seus comparsas. Mas agora tem, e é pedrada.

No início de 1971, o Doors já era uma banda consolidada. Tinha hits nas paradas, movimentava milhares de pessoas nos seus shows, Jim Morrison já tinha ascendido ao status de Sex Symbol e com frequência tinha espasmos e desmaios no palco. Depois dessa última turnê atribulada, o Doors entraria em estúdio para registrar seu derradeiro álbum de inéditas.

L.A Woman saiu fresquinho em meados de abril. Mas ao contrário dos demais lançamentos, dessa vez não houve turnê. Jim, que estava bem fora de forma (barbudo e meio gordo), foi para Paris descansar. Dois meses depois, ele morreria em circunstâncias duvidosas dentro de uma banheira. A questão da morte não vem ao caso. O importante é que, apesar da tristeza de perder um ícone do rock, pelo menos houve tempo de gravar L.A Woman por completo.
O álbum é o mais próximo de Hard Rock que o Doors chegou. Tem uma tonalidade bem blues, sem perder aquele ar sexy e a psicodelia, características notáveis da banda. Não por acaso, é o meu favorito e de mais uma horda de ouvintes. Carrega clássicos como Love Her Madly e Riders on The Storm, além de outras pérolas, como The Changeling e Hyacinth House.

Disco muito bacana mesmo. A banda tinha trocado de produtor, mas isso não a barrou de registrar uma jam session extra-longa (o disco foi quase todo gravado 'ao vivo'), reunindo o melhor do estilão barítono de Jim Morrison com os riffs serelepes de Robby Krieger e a genialidade de Ray Manzarek.

Os pontos altos são sem dúvida os berros estimulantes de Been Down so Long e a epopeia auditiva que é a faixa-título da obra, L.A Woman. O disco segue passeando pelo blues e o hard-rock psicodélico, para terminar com o clima torpe e já conhecido de Riders on the Storm. A impressão ao final da audição é que Mr. Mojo Risin não poderia ter deixado uma herança melhor para o mundo.

Sem mais delongas, ai vai:


Tracklist:

1 - The Changeling
2 - Love Her Madly
3 - Been Down So Long
4- Cars Hiss by My Window
5 - L.A. Woman
6 - L'America
7 - Hyacinth House
8 - Crawling King Snake
9 - The Wasp (Texas Radio e Big Beat)
10 - Riders on the Storm

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. The Doors - Been Down so Long
2. Janis Joplin - Me and Bobby McGee
3. The Beatles - Act Naturally
4. Rolling Stones - Brown Sugar
5. John Frusciante - Carvel

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Megadeth

EDIT: Novamente, fomos apurrinhados com relação à disponibilização deste álbum. Sugerimos o download via programas P2P ou em excelentes comunidades no orkut. Agradecemos a compreensão do leitor.
Bom dia amigos leitores.

Atendendo à alfinetada dada pelo meu irmão e companheiro de blog, volto a ativa nesse blog tão fantástico. E dessa vez não venho falar de um álbum, e sim de um show! E se posso dizer, o melhor show do ano até agora.

O Megadeth, uma das maiores bandas de Thrash de todos os tempos, esteve no Brasil no último fim de semana para uma série de shows. Eu fui no de São Paulo, no Credicard Hall, na última sexta feira dia 6. Sim, eu também acho a casa pequena para um show desses, mas enfim, eu saí vivo de lá.
Sem banda de abertura, por volta das 10:15, o Megadeth subiu ao palco. A galera já estava ensandecida, gritando "Mustaine" e "Megadeth" em intervalos irregulares. Mustaine e sua nova trupe (sim, ele troca de musicos como quem troca de cueca) abriram o show com "Sleepwalker", do novo cd "United Abominations", e sem nenhuma pausa, executaram a clássica "Wake Up Dead". "Take No Prisioners" foi a seguinte, mais uma clássica que ninguem esperava. Foi mortal. Gente caindo no chão, vários moshs, no melhor estilo Megadeth. A galera não parava, e Mustaine também não. "Skin O' My Teeth", "Washington Is Next" (mais uma do cd novo) e a porradeira "Kick The Chair". No meio de kick the chair Dave Mustaine sai do palco bufando de raiva, pois o som não estava bom. Ele já havia reclamado com os roadies durante as três primeiras músicas, sem resultado.
20 minutos se passaram e o desapontamento era geral, pois ninguem sabia se eles voltariam para o palco para terminar o show, já que Mustaine é conhecido por ser meio estressado. Mas eles voltaram. Recomeçaram com kick the chair, e novamente, sem pausa, entraram em outro clássico das antigas, "In My Darkest Hour". O som estava muito melhor, nem parecia o mesmo show, e acho que por causa disso, a empolgação da galera dobrou. "Hangar 18" e "She Wolf" foram um dos pontos mais altos do show. Mas o melhor ainda estava por vir.

Os primeiros acordes de "A Tout Le Monde" surgiram nos falantes e a galera encobriu a voz de Mustaine no refrão. Ele olhava com um sorrisinho maroto. Continuando o massacre, tocaram ainda "Tornado Of Souls", "Ashes In Your Mouth", "Burnt Ice" (também do cd novo) e a esquisofrenica "Sweating Bullets", até atingir o ápice do show.

As três ultimas musicas tinham um significado especial: Se você ainda não morreu, agora é a hora! "Symphony Of Destruction" que também arrancou muitas vozes, foi seguida da clássiquissima (!?) "Peace Sells", e então a destruidora "Holy Wars". Durante Holy Wars, o Credicard Hall era uma única "roda punk", num misto de alegria e tristeza, pois era o fim do show. Mustaine agradeceu muito o público brasileiro, apresentou a banda e até conversou um pouco durante o show (coisa rara, pois ele nunca fala nada).

Foi um puta show, em especial porque o Megadeth nesse ano comemora 25 anos de carreira.

Parabéns Mustaine e trupe.

SET LIST DO SHOW

Sleepwalker
Wake Up Dead
Take No Prisoners
Skin O' My Teeth
Washington Is Next!
Kick the Chair
In My Darkest Hour
Hangar 18
She Wolf
A Tout Le Monde
Tornado of Souls
Ashes In Your Mouth
Burnt Ice
Sweating Bullets
Symphony of Destruction
Peace Sells
Holy Wars

Para quem está começando a ouvir agora, sugiro o quarto álbum da banda: Rust in Peace.

Abraço!

Sugestão de Playlist

1. Megadeth - Hangar 18
2. Type O Negative - Love You To Death
3. Gemini Five - When The Body Speaks
4. Cradle Of Filth - Chtulu Dawn
5. CKY - Deceit Is Striking Gold

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Bluesbreakers

Mais um post com introdução porca e enchendo linguiça...

Saudações colegas leitores!

Não este espaço não foi abandonado. Está firme e forte - como nosso Corinthians - na dura batalha de revelar e disseminar as pérolas que já passaram ou estão para passar por ouvidos atentos ao redor de todo o globo. Como sabemos, a cada dia brota mais música na terra, junto com um bando de lixo descartável. A tarefa é árdua e, ao que parece, estou só neste blog (companheiros autores, isso foi uma alfinetada). Mas como há ainda alguns sobreviventes entre os leitores, trago-lhes uma nova pérola. De antemão já aviso que é blues do bom, feito por quem realmente sabe, na boa década de 60.

Há alguns posts atrás, João Victor lhes contava a história do Cream em 2 capítulos. No meio dessa história, um importante John Mayall gravaria com Eric Clapton mais os Bluesbreakers um sacro álbum na biblioteca do blues: John Mayall & The Bluesbreakers with Eric Clapton (grande título).

Conhecido pelos fãs como "The Beano", o disco é magnífico, para dizer pouco. Clapton, em grande forma, dispara riffs e solos mirabolantes sobre standards de blues muy bien executados por John McVie e Hughie Flint na cozinha do conjunto. Em meio a isso, tecladinhos serelepes e a gaita incediária de John Mayall sapecam as canções, resultando numa obra de qualidade indiscutível.

Muitos podem dizer que um álbum majoritariamente composto de standards de blues pode ser enjoativo, mas o conjunto faz questão de provar o contrário. Já de cara All Your Love traça para o ouvinte os melhores prognósticos. E o disco segue com mais outras pérolas, como Little Girl e Hide Away, que soa estranhamente familiar a qualquer um que a ouça pela primeira vez (já ouviu falar em inconsciente coletivo?). Clapton ainda aproveita para emprestar o riff de Day Tripper em What I'd Say, e sem dúvida nenhuma se constitui como a grande cereja do bolo de John Mayall. Não por acaso, nessa mesma época surge a famosa inscrição "Clapton is God" nas ruas de Londres.

Com todo esse background, só resta ao leitor baixar o material.


Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. John Mayall & The Blues Breakers - Little Girl
2. Division of Laura Lee - Black City
3. The (International) Noise Conspiracy - Up for sale
4. Milton Nascimento & Jobim Trio - Chega de Saudade
5. Desert Sessions - Nenada

sexta-feira, 16 de maio de 2008

It's Palm Desert, Baby.

Sem idéias para um subtítulo melhor...


Enfim, cumprindo com a promessa que fiz a mim mesmo, posto-lhes as Desert Sessions. Todas elas, de 1 a 10 como nos discos de vinil, mas agrupadas em pares, como são os CDs. Para quem não sabe, Desert Sessions são sessões experimentais de música que tomaram lugar no Desert de Joshua Tree, EUA. Lideradas por Josh Homme, frontman do QOTSA, essas sessões reunem diversos músicos da cena Stoner, além de mais um punhado de músicos aleatórios. O resultado é extremamente psicodélico, experimental e diferente de tudo que já ouvimos.

As Desert Sessions começaram em 1997 e a última gravação foi em 2003. Foram seis anos de sessões lisérgicas, resultando em canções não-comerciais que passeiam entre o obscuro e o ridículo, no bom sentido. Têm uma pegada stoner rock bem forte, com nuances de alucinação e o que parecem ser impropérios eletrônicos, mas que na verdade soam bem ao pé do ouvido, no conjunto.

A primeira e a segunda sessão são as que trazem a maior bagagem experimental. Nota-se que é uma reunião sem compromisso de músicos, improvisando loucamente em canções, na maioria das vezes, instrumentais. É um álbum de abertura bem bom, mas um pouco difícil na primeira audição. Destacam-se Screamin' Eagle e Johnny the Boy como as mais interessantes.

Já o segundo par de discos traz alguns covers e músicas que serviriam de base para ábuns do QOTSA posteriormente. Aqui a participação de gente aleatória começa a aumentar, o que torna o disco mais rico. Destaque para Monsters in the Parasol (que depois figuraria no Rated R), The Gosso King of Crater Lake e a cover de Eccentric Man, original dos Groundhogs, de 1960.

Os volumes 5 e 6 são talvez os mais ricos, ou pelo menos, estão entre os 4 mais importantes. Aqui a sonoridade é mais pesada e escrachada, mas não menos densa. Rola inclusive uma pegada levemente Punk Rock. Pra começar já temos (You Think I Ain't worth a Dollar but I Feel like a) Millionaire numa versão diferenciada, que serviria de subsídio pra canção de mesmo nome do épico Songs for the Deaf. Na sequência temos pérolas como Punk Rock Caveman (...), Teens of Thailand, e outras coisas menos sérias como Take me to your leader.

O quarto par, formado pelos volumes 7 e 8 é talvez o mais estranho. Tem músicas de gozação como Covousier e Ending, além de músicas mais pesadas e outras indefiníveis. Inclui ainda uma versão de Hangin' Tree, que depois entraria no mesmo Songs for the Deaf do QOTSA. Não é o melhor de todos, mas vale a audição por canções como Making a Cross e Polly Wants a Crack Rock.

Compiladas no álbum número 5, estão as sessões 9 e 10. Esse álbum em especial tornou-se mais conhecido pela participação bastante ativa de PJ Harvey nas gravações. Prova disso é o single quente de Crawl Home que foi lançado posteriormente e inclui até videoclip. PJ geme deliciosamente sobre uma melodia devassa, merecedora de destaque no conjunto. Mas há também outras pérolas como I Wanna Make it Wit Chu (que depois figurou no Era Vulgaris), In My Head...Or Something (presente no Lullabies to Paralyze), Subcutaneous Phat e Bring it back gentle. É a compilação de sessões melhor estruturada, num esquema mais profissa, com canções mais comerciáveis e ainda assim experimentais.

No geral, as DS servem como um grande laboratório do cientista louco que é Josh Homme. No entanto, possuem também sua importância como material independente, desvinculado do QOTSA. Diz a boca pequena que os volumes 11 & 12 devem sair em breve, mas por enquanto é só balela. Resta a nós dissecar 10 volumes de psicodelia, stoner rock, experimentalismo e bobagens da melhor estirpe, enquanto as boas novas não chegam.


Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Desert Sessions 1 & 2 - Johnny the Boy
2. Desert Sessions 3 & 4 - The Gosso King of Crater Lake
3. Desert Sessions 5 & 6 - Teens of Thailand
4. Desert Sessions 7 & 8 - Nenada
5. Desert Session 9 & 10 - Subcutaneous Phat

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O mago dos Vegetais

Replicando conteúdo por uma boa razão...

Provavelmente o leitor deve estar se indagando: por que raios falaria-se de legumes num blog sobre música? Pois bem, vira e mexe, uso expressões gastronômicas para expressar minha opinião sobre alguns sons, vide esse post (abusei, confesso). Mas ontem perambulando pelo Youtube, me deparei com um vídeo com o título no mínimo curioso e que muito tem em comum com música e comida: Cocumber Trumpet "March of Bee". A idéia de um trompete de pepino é realmente incomum, e vendo a imagem do vídeo (um senhor oriental soprando o legume) não pensei duas vezes antes de clicar.

Aparentemente sem nome, o homem que atende por heita3 (ou heita2 no Myspace) é especialista em criar instrumentos a partir de vegetais. Além de escolher criteriosamente, o homem produz, afina e toca os instrumentos, muitas vezes acompanhando músicas. Entre seus vídeos no youtube (31 no total), você encontrará além do trompete de Pepino e Páprica, ocarinas de brócolis, páprica, cogumelos, ou abóboras, e flautas de cenoura, além de alguns instrumentos que não conhecia, ou outros feitos à partir de vegetais diferentes, como um Oboé de "Butterbur".

Sem dúvida impressionante a criatividade e inteligência do homem. Apesar da japonês ininteligível, os vídeos são demais, e ele ainda explica como são feitos os instrumentos. Sem mais, deixo aqui algumas amostras dos vídeos. O restante é por conta de vocês.














Muitos podem duvidar, mas é sim real. E mais, essa prática já é relativamente antiga. Navegando nos vídeos do nosso protagonista, encontrei uma orquestra de vegetais. Sim, uma orquestra.




Sem mais, deixo com vocês esse banquete musical (perdão, é inevitável!)
Abraço a todos, e logo mais eu coloco as Desert Sessions aqui, sem falta!

Sugestão de Playlist:

1. Johnny Cash - Personal Jesus

2. The Beatles - Savoy Truffle

3. Chico Buarque - Feijoada Completa

4. The Beatles - Glass Onion

5. Queens of the Stone Age - Broken Box

quinta-feira, 24 de abril de 2008

T's, t-t-t's, t-t-t's... Jazz!

Mais um pequeno post que tem muito a acrescentar...

Quando eu penso em uma festa no começo dos anos 70, lotada, regada a muito sexo, drogas e rock'n roll (jazz no caso), com os convidados alucinados e uma pista fervilhando, eu só consigo pensar em uma trilha sonora: Miles Davis, Bitches Brew. Pra quem nunca ouviu falar, essa obra fantástica do mais popular jazzista da história, veio em 1970 e não chegou dando bica na porta, mas jogou uma granada e foi entrando logo atrás pra conferir o estrago.

Um dia após o término do Woodstock, Miles Davis e a sua então nova banda entraram nos estúdios da Columbia Records pra gravar um novo conceito, misturar o rock ao jazz. O disco foi produzido de um modo muito peculiar, o que deu a certeza de que realmente algo novo surgiria, pois o trabalho de aproximadamente 94 minutos foi gravado em apenas três dias e os músicos tinham poucas instruções do que iriam fazer na música. O máximo que recebiam era a informação do compasso, alguns acordes, uma dica sobre a melodia e alguma sugestão sobre o clima e o rumo que a música teria que tomar, ou seja, foi bem na base do improviso mesmo. Se você prestar bastante atenção na música homônima ao disco, dá pra ouvir as instruções de Miles sobre o que fazer ou quem iria solar naquele momento.

A pós-produção do álbum também contribuiu para a qualidade sonora do trabalho, porém uma frase me chamou a atenção: “O produtor Teo Macero talvez foi para Miles Davis o que George Martin foi para os Beatles, pois grande parte do sucesso desse disco se deve às suas artimanhas de edição.” Não concordo. Miles foi soberano nesse disco.

Enfim, curtam o som porque é foda. Já aviso de antemão que é um pouco difícil de escutar no começo, mas depois a coisa flui naturalmente.

Tracklist

Disco 1
Pharaoh’s Dance
Bitches Brew

Disco 2
Spanish Key
John Mclaughlin’
Miles Runs The Voodoo Down
Sanctuary

*A versão em cd ainda traz a música “Feio” como bônus.

Nota: As faixas estão misturadas nos 2 arquivos por motivos de facilidade de upload no 4shared.

Sugestão de Playlist

1 – A Night in Tunisia – Art Blakey and the Jazz Messengers
2 – Alligator Bogaloo – Lou Donaldson
3 – Caravan – Duke Ellington
4 – Spanish Key – Miles Davis
5 – Haitian Fight Song – Charles Mingus

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Funksambalanço

Inicialmente seria um post sobre Desert Sessions, mas uma passada por Bourbon Street mudou meus planos.

São Paulo pode ter trânsito, pode ter violência e pode ser poluída. Mas é também uma das maiores capitais culturais do mundo. Aliás, a antropofagia de que eu falei alguns posts atrás é mais do que concretizada aqui na terra da garoa. Porque se temos um Latin Jazz ou uma Bossa lá na Zona Oeste, caindo pra Zona Sul teremos Soul, Funk e Blues, assim como nas outras regiões temos outras variedades.

O Bourbon Street é figurinha marcada no calendário cultural Paulista. Já foi palco de shows de Ray Charles, B.B King, e semanalmente traz novas pérolas à tona. Não é a tôa que o Music Club é tão cultuado. Não só pelo som, mas pelo ambiente em si. Chopeiras em forma de Sax, o balcão coberto por teclas de piano e o altar que abriga umas das Lucilles do grande Riley B. King dão o clima ao Bar, pontuado por mesas no meio de uma réplica da Bourbon Street de New Orleans.
Ontem estive lá pela primeira vez, e pude ouvir uma Jam entre dois grandes músicos que não conhecia: Zé Ricardo e Victor Brooks. O primeiro, carioca, faz um som funkeado, tem influências diversas e é relativamente conhecido no meio musical (mas eu não conhecia). Já Victor Brooks veio de L.A para cá para fazer essa Jam pelo 5º ano consecutivo no Bourbon, e trouxe na bagagem seu tempero Soul. Conheceram-se em 1998 nos EUA, e de lá pra cá gravaram e compuseram juntos diversas vezes.
No repertório, a influência pesada de Marvin Gaye combinada ao Sambalanço e a temas brasileiros (de Tim Maia a Dominguinhos). Na mistura entra também um Funkeado forte que caracteriza a banda e o próprio Zé Ricardo. Já Victor Brooks se encarrega de deixar o público estupefato com sua potência de voz e sua brasilidade com sotaque. Já na cozinha, fazendo o suporte, nada além de teclados, bateria, baixo e guitarra. Acredite ou não, por ficar em segundo plano, a guitarra chama muita atenção, assim como o suíngue inigualável do baixista. Gostaria muito de fazer as honras aos músicos, mas sinceramente não me lembro dos seus nomes e não acho por nada na Internet (sim, Google falhou).
Enfim, apesar dos pesares, São Paulo é foda por isso. A diversidade cultural sem precedentes é talvez o que mais prende as pessoas à metrópole. Prova disso é a Virada Cultural que vem ai (26/27 de Abril). E Victor Brooks e Zé Ricardo marcarão presença. Mas pra quem não puder ir, a Jam dos dois mestres fica em cartaz no Bourbon Street Music Club de 22/04 a 03/05. Vale a pena conferir e pedir o Chopp gigante do Bar.

Fico por aqui, e prometo trazer Desert Sessions em breve. Os downloads já estão lá na HD virtual e você pode baixar pra depois vir aqui concordar ou não com a minha opinião.

Fica a dica, amigos.

Abraço!


Sugestão de Playlist:

1. Marvin Gaye - Let's Get it on
2. Pearl Jam - Corduroy
3. Desert Sessions - The Gosso King of Crater Lake
4. The Beatles - Flying
5. Mutantes - Tudo foi Feito pelo Sol

quarta-feira, 9 de abril de 2008

They're an American Band

Apesar de poucas palavras, este post tem muito a acrescentar.


Quando se fala em Classic Rock, frequentemente bandas como Pink Floyd, Beatles, Doors, Rolling Stones, Led Zeppelin, Yes, Deep Purple, Cream, entre muitas outras, são citadas. A despeito das grandes diferenças entre esses sons, a classificação é válida. Entretanto, muitas vezes uma banda fica esquecida entre esses dinossauros. Trata-se do Grand Funk Railroad.

Oriundo de Flint, Michigan, EUA, esse power-trio iniciou suas atividades por volta de 1969, sob o nome de Terry Knight & The Pack (ainda não eram um power-trio nessa época). Naquele ano, o indivíduo responsável pelo prefixo do The Pack, tornou-se empresário e faz-tudo do então recém nascido Grand Funk Railroad. Numa época de grandes festivais de música, o astuto manager arrumou uma ponta para a banda no 1969 Atlanta Pop Festival, que contava com atrações do porte de Janis Joplin, Johnny Winter, Johnny Rivers, Canned Heat, Creedence Clearwater Revival, Led Zeppelin e até Dave Brubeck. Em um show para cerca de 100 mil pessoas (há controvérsias quanto ao número exato, variando para mais e para menos), a banda ganhou notoriedade e assinou um contrato.

Naquele mesmo ano (1969 foi bem movimentado), saia o Debut-album do Grand Funk: On Time. Disco coeso, com um pé no blues e outro no Rock, a banda se tornou bastante popular, apesar dos duros golpes que recebia por parte da crítica especializada, justamente por conta da sua postura "populista". Mesmo assim, devo dizer que é um disco bem bacana, apesar de cru. Mark Farner dá conta dos vocais e guitarras, com auxílio de Don Brewer também na bateria e vocais, e Mel Shacher no baixo. Destaque para o maior hit do disco, Heartbreaker, e alguns outros trunfos, como Are you Ready? e High on a Horse.

- Nota 9 do Autor.

Daqui em diante, larguemos a biografia. Pretendo comentar sobre mais dois discos que conheço.

Cronológicamente, o próximo é o Closer to Home (devo lembrar que há o Grand Funk entre eles). Disco bacana também, mais maduro, e traz a primeira música que ouvi deles: I'm Your Captain (Closer to Home). Destaque também para a faixa de abertura Sin's a Good Man's Brother, com vocais potentes e riffs de guitarra poderosos, que aliás, permeiam todo o disco.

- Nota 8,5 do autor.

Em 1973, a banda lança o disco que contém o seu maior hit. We're an American band é o nome do álbum e da faixa. Apesar do ufanismo babaca, é um som bem estimulante, principalmente por conta do irresistível cowbell (sempre funciona!). O restante do disco também vale a pena, ainda mais pelo vocal mais rasgado de Don Brewer em algumas das faixas.

- Nota 9 do autor.

Enfim, o Grand Funk Railroad é uma banda bacana que não merece ser esquecida. Não conheço a totalidade da obra, mas tenho boas referências. Devo admitir que não é a mais original das bandas de Classic Rock e que, sim, há um ranço de Wannabe em relação ao Cream. Mesmo assim vale a pena aguçar os ouvidos para esta banda, ao contrário do que fez a crítica americana no tempo em que a banda existiu (*1969 + 1983). Para tanto, ofereço-lhe, paciente leitor, os downloads dos três discos aqui citados.




Sem mais, recolho-me.

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Grand Funk Railroad - High on a Horse
2. Grand Funk Railroad - Sin's a good man's Brother
3. Grand Funk Railroad - We're an american band (dá-lhe Cowbell)
4. Fu Manchu - Urethane (dê-me mais Cowbell)
5. Queens of the Stone Age - Little Sister (esbanjando Cowbell)

sexta-feira, 28 de março de 2008

Antropofagidelic-Folk-Rock

Viajei no título, mas dá-lhe a antropofagia que nós brasileiros tanto adoramos...


Nosso personagem de hoje é um excelente exemplo de antropofagia, não por seus hábitos alimentares, mas por sua origem e trajetória. Aos 26 anos de idade, Devendra Banhart já gravou 7 álbuns fora os Eps, e é um dos principais ícones do New Weird America Movement. Nascido no Texas, Devendra passou sua infância na Venezuela, para depois retornar aos Estados Unidos, desta vez em San Francisco. Não por acaso, o rapaz é bilingue e ainda arranha um português.

Digo que Devendra é antropófago pelo som que faz. Com um punhado de Folk, mais uma boa dose de Tropicália e uma pitada de Rock, ele produz um Folk Psicodélico sem precedentes, fortemente influenciado por Bob Dylan, Novos Baianos, Mutantes, Secos e Molhados, e por ai afora.

Feitas as apresentações, vamos ao álbum, que é o que interessa.

Em setembro de 2007 nosso protagonista lança Smokey Rolls Down Thunder Canyon, seu trabalho mais recente. Foi justamente por esse álbum que conheci a música de Devendra (amigo íntimo já), uma vez que todas as referências que recebi eram favoráveis. Baixei o álbum da internet e confirmei minhas expectativas de que era um disco do caralho.

O Folk predomina claramente, pelas harmonias simples em violão, mas neste álbum, mais do que nos anteriores, há presença de mais instrumentos. Há também uma série de participações interessantes, como Nick Valensi do Strokes, Rodrigo Amarante do Los Hermanos e Gael Garcia Bernal (sim, o ator). O resultado é um disco bem original e harmônico.

Samba Vexillographica (com Chris Robinson do Black Crowes), traz uma boa influência de - pasmem - samba. Já Rose (com o Amarante) tem um tom grave e o portunhol de Devendra. Com Saved o ouvinte se sentirá no banco de uma igreja no Mississipi, escutando o tradicional coral gospel. E em Seahorse ouvimos algo parecido com uma jam de Jazz e Classic Rock. Além dessas, mais uma penca de loucuras totalmente compatíveis com um ouvido rigoroso e bem treinado.

Enfim, não há muito mais o que dizer. Disco bacana, artista criativo, influências boas, participações interessantes, download grátis e preguiça de escrever.

Tracklist:

1. Cristobal (com Gael García Bernal)
2. So Long Old Bean
3. Samba Vexillographica (c/ Chris Robinson do Black Crowes)
4. Seahorse
5. Bad Girl
6. Seaside
7. Shabop Shalom
(c/ Nick Valensi do Strokes)
8. Tonada Yanomaminista
9. Rosa
(com Rodrigo Amarante do Los Hermanos)
10. Saved
11. Lover
12. Carmensita
13. The Other Woman
14. Freely
15. I Remember
16. My Dearest Friend


Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Devendra Banhart - Seahorse
2. ACDC - Rock n' Roll ain't noise pollution
3. Ney Matogrosso - Corrente
4. QOTSA - The Blood is Love
5. Black Crowes - Remedy

terça-feira, 18 de março de 2008

70's in the Mid 00's

Diretamente de um passado não tão distante (...)

Ok, Ok amigos. Confesso que esse espaço foi um pouco negligenciado nos últimos dias, por conta de questões paralelas, mas eis que volto com mais uma pérola para os ouvidos mais atentos. Dessa vez, não é nenhuma grande descoberta. Como já antecipa o subtítulo, é algo resgatado de um passado até que próximo, que inclusive já bateu nas paradas do mainstream, mas está longe de esbarrar no Pop.

Em 2005, enquanto as bandas Hype/alternativas bombavam na agenda musical – com lançamentos de álbuns de Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs, White Stripes, entre outros – e algumas bandas como Limp Bizkit e Backstreet Boys tentavam ressurgir, um trio de rapazes australianos ousava resgatar o bom e velho Rock n’ Roll Setentista, e logo de cara já emplacavam Mind’s Eye nas paradas de sucesso.O Wolfmother nasceu para o mundo naquele ano, com o seu debut-álbum homônimo. E chegou dando bica na porta da frente.

Digo isso por que é um puta disco bacana, sem nenhum truque de produtor. Não lança mão de fórmulas de sucesso, ou de pseudo-pioneirismo. É simplesmente Rock n’Roll cru, mas ao mesmo tempo, bem trabalhado. Traz uma forte influência de Black Sabbath (especialmente em Woman) e Led Zeppelin, com distorções sujas, riffs marcantes, teclados (sempre) inebriantes e vocais muy potentes, diga-se de passagem. Tudo isso executado por um Power Trio, formado por Andrew Stockdale (Guitarra e Voz), Chris Ross (Baixo/Teclado) e Myles Heskett (Bateria).

É um álbum relativamente conhecido no Brasil, principalmente pelo clipe de Dimension, que passou um bom tempo na MTV Brasil. Por enquanto é o único disco da banda, que acaba de lançar um DVD ao vivo, e tem planos de lançar mais material ainda em 2008. Fica então essa pérola atemporal para download, que não é nenhuma novidade, mas não podia faltar por aqui. Vale lembrar que a versão Americana tem uma faixa bônus. Essa aqui é a versão Australiana.

Playlist

01. Colossal / 02. Woman / 03. White Unicorn / 04. Pyramid / 05. Mind's Eye / 06. Joker & the Thief / 07. Dimension / 08. Where Eagles Have Been / 09. Apple Tree / 10. Tales from the Forest of Gnomes / 11. Witchcraft / 12. Vagabond

Download – Wolfmother – Wolfmother (2005)

Obs: caso alguém disponha do link pra download do DVD, favor notificar a gerência via comentários.

Abraço!

Sugestão de Playlist:

1. Wolfmother - Colossal
2. NOFX - We ain't shit
3. João Gilberto - Desafinado
4. George Harrison - Let is down
5. Desert Sessions - Teens of Thailand

quinta-feira, 6 de março de 2008

You Gotta Be Rational

História curta para um fenômeno que está se disseminando pela internet. Legal ver como as coisas andam rápido.

Tim Maia Racional já caiu nas graças do povo. Qualquer cara um pouco informado já ouviu falar na fase "obscura" do nosso síndico, e deve saber como é musicalmente rico esse período (1975 -1977). Durante um bom tempo, essas pérolas ficaram escondidas por trás de vinis raríssimos, que custavam pra mais de 300 reais, e ninguém achava em lugar nenhum. Eles teriam sido lançados pelo então novo selo de Tim Maia, o Seroma. Algum tempo depois, quando as faixas já estavam espalhadas pela web e na boca da juventude universitária, a Trama viu a oportunidade e lançou oficialmente o primeiro volume desse material. Ao que me consta, o segundo ainda não possui versão oficial.

Até aqui todo mundo sabe. Mas a novidade é que há algum tempo surgiram especulações de que haviam faixas perdidas dessa fase racional, ainda não lançadas. Sinceramente não me lembro onde vi essa história, mas há 2 dias, logo nos comentários da postagem abaixo, meu amigo Ferrite me disse pra dar uma olhada no que era a última postagem dele. Ali encontrei o link pra baixar o que seria o Tim Maia Racional Volume 3, além da história completa. Pra facilitar, vou resumir.

Universo em Desencanto é uma espécie de seita criada por Manuel Jacinto Coelho, conhecido entre os adeptos como o Grão Mestre Varonil. Não vou entrar no mérito da filosofia da seita, melhor que você veja aqui. Anyway, o Tim se tornou adepto e passou a divulgar a Cultura Racional através da sua música, o que gerou os 2 discos.

Como explica o Bruno do Eu Ovo, havia um hiato na numeração dos discos "Cultura Racional" da Seroma. O Volume 1 era de fato o primeiro, mas o Volume 2 na verdade era catalogado como o terceiro. Acontece que entre os dois discos, o Tim lançou um compacto com marchinhas, intitulado Compacto Racional, transbordando conteúdo racional. Para quem conhece os discos, é possível encontrar algumas semelhanças (inclusive na faixa O Grão mestre Varonil). Até agora, esse compacto era novidade para mim, mas esse ainda não é de fato o Volume 3 de Tim Maia Racional.

Diz a boca pequena, que o Tim gravou o Racional 3 com uma outra banda. Mas depois de ter descoberto que a Seita a que pertencia tinha interesses duvidosos, resolveu romper, e o material ficou esquecido. Ai a história fica mais interessante, como conta o produtor musical, Eduardo Marote.

Em meados de 2000, o produtor trabalhava com o engenheiro de som William Junior, que já tinha inclusive trabalhado com o próprio Tim. William não tinha conhecimento dos discos da fase Racional, mas quando o produtor lhe mostrou o material, ele teve um estalo. Seu pai tinha um estúdio na década de 70 no Rio, e aparentemente, sobraram por lá umas fitas que tinham sonoridade semelhante ao que ele tinha acabado de ouvir nos LPs de Eduardo.

Mais do que rápido, eles pegaram as fitas, deram um rápido tratamento, e Marote se encarregou de mixar o material ali contido. Passou as 5 faixas que haviam para alguns colegas, e depois deixou o material guardado. Isso há 8 anos. Alguns dias atrás, ele descobriu pelo Trabalho Sujo, que as gravações tinham caído na internet, mas não achou ruim. Agora, ele quer mais que a coisa seja divulgada, já que nenhuma gravadora demonstrou interesse no material até agora. E isso tudo tem cerca de 2 semanas, pelo que entendi.

É interessante notar como a coisa se espalha rápidamente. Dos amigos de Dudu, a coisa foi parar no Esquerda Festiva, que por sua vez deu a dica ao blog Trabalho Sujo, que serviu pra Dudu se ligar do que tava acontecendo. A partir daí vários Blogs, como o Eu Ovo divulgaram a parada, e ai o Gabriel Reis, que provavelmente pegou o som de algum desses blogs, deu a letra pro Ferrite, que deu a letra pra mim. Agora eu estou dando a letra pra vocês, que poderão dar a letra pra mais gente. Louco né? Isso em pouco mais de 2 semanas.

Enfim, seguem abaixo os Downloads, que é o que importa. Tem o famigerado Volume 3, o Compacto Racional, e de lambuja um outro compacto lançado pela Odeon em 1977, com faixas consideradas bônus dos LPs Cultura Racional 1 e 2. Curioso é notar que a música Ela Partiu, desse compacto, serviu de base pro Racionais MC's lançar um dos seus primeiros sons, O Homem na Estrada.

Fico por aqui, mas lanço de antemão que o material aqui é de ótima qualidade. Muito Groove, pegadas brilhantes e o Tim arrebentando no Vocal. Vale a pena.
Sem mais, ai vai.

Aproveitem!

Abraço,

Sugestão de Playlist

1. Tim Maia (Racional) - You Gotta be Rational
2. Good Riddance - Fertile Fields
3. Canned Heat - Same all over
4. Frank Zappa - Camarillo Brillo
5. Tom Jobim & Elis Regina - Só tinha de ser com você

segunda-feira, 3 de março de 2008

Comentário sobre a postagem abaixo

Este Post é apenas um introdução do que vem logo abaixo.

A proposta desse blog sempre foi difundir a boa música, separar as pérolas do lixo, e outras coisas que estão escritas ai no Header. Com o passar do tempo, essa idéia foi amadurecendo, até porquê o conceito de boa música é extremamente discutível, pois trata-se de opinião pessoal. Hoje, além de disseminar as pérolas perdidas, buscamos trazer à tona coisas novas também, e acima de tudo, atiçar o interesse das pessoas em conhecer coisas novas, ler e escrever. Dessa maneira, alguns de nossos amigos escreveram textos e nós os publicamos, porquê a idéia é essa mesmo.

Sobre o próximo texto o que eu tenho a dizer é que ele é muito construtivo. Não porque trata de uma banda fabulosa (na minha opinião, uma banda mediana), mas porquê ele nos faz refletir sobre uma coisa muito comum entre as pessoas que gostam de música: o preconceito.
Sim, existe um preconceito dentro da música, e isso existe pela forma como entramos em contato com ela. Os veículos (Televisão, Rádio, etc) trazem apenas uma faceta, um hit de cada banda por vez, e nós formamos a nossa opinião ouvindo apenas a parte, não o todo. Além disso, o visual muitas vezes sobrepõe o trabalho das bandas, e dai surgem rótulos como "Emo" e "Indie" que não necessáriamente se referem ao gênero musical.

As bandas fazem a parte delas e sobrevivem da venda da sua música. Por ser hoje um produto, esta música é lançada aos veículos como um Teaser, um aperitivo. E para que as pessoas se interessem e comprem, é necessário que o aperitivo seja do gosto da maioria (leia-se, Pop). O fato é que muitas vezes o Pop não é ruim, mas o rótulo atrapalha a audição entre os mais aprofundados no universo musical. O que sobra de todo esse processo é o preconceito.
Enfim, soma-se à filosofia do Blog a idéia de quebrar alguns desses preconceitos que todos nós temos (eu inclusive) e tentar diminuir essa segregação que existe em um dos mais belos universos artísticos. Quanto ao post abaixo, fica a opinião do Pedro Martins (o Pepê), e a minha nos respectivos comentários.

Boa leitura!

All The Right Reasons

Conforme citado no post acima, o texto é de autoria de Pedro Martins, o Pepê.

Saudações, colegas do restrito Universo dos apreciadores da sobrevivente música de qualidade ao redor da nossa pequena bola chamada Terra. Primeiramente gostaria de me apresentar: sou Pedro, mais conhecido como Pepê. Sou escorpiano, paulistano, guitarrista e um cara legal! “Segundamente”, gostaria de agradecer ao caríssimo amigo Danilo pela abertura à minha humilde postagem e “palpitagem” no território musical, além de deixar registrada minha admiração pela bela iniciativa na confecção desse fenômeno de muito bom senso que se tornou o 115db.
Deixando de lado a rasgação de seda e falando do que realmente importa, ao longo deste post debutante da minha participação - espero eu - construtiva no blog, gostaria de chamar a atenção para uma banda que recentemente me surpreendeu. Você já ouviu falar em Nickelback, certo?! Quem não ouviu? Como não ter ouvido se você já se pegou cantarolando pelo menos uma vez uma musiquinha-chiclete dos caras, como o primeiro grande sucesso How You Remind Me, só porque ela estava tocando nas rádios ininterruptamente e lhe fez pensar “Porra! Parece sempre a mesma pop music ‘legalzinha’, mas cansativa”. Não lhe tiro a razão, leitor. Não quanto aos singles. Mas julgaria minimamente preconceituoso da vossa parte achar que Chad Kroeger, guitarrista/vocalista/frontman/compositor da banda/já eleito o rockeiro mais feio do mundo, é um mero seguidor das tão conhecidas “fórmulas para hits de sucesso”.

Estava eu, despretensiosamente a coçar meu saco no MSN quando o meu querido mestre, o Sr. Daniel Prado, professor de guitarra, me disse “Cara, você precisa ouvir isso!” e me encaminhou o arquivo da música Animals. Pensei “Pô, o Daniel é um cara de bom gosto. Acho que devo averiguar”. Ao ouvir a música pela primeira vez, senti uma sensação incrível de satisfação, sem nenhuma conotação sexual, porém, muito forte. A música não era nada da imagem que eu tinha feito há tempos do Nickelback!

O CD All The Right Reasons, último disco de estúdio deles até então, lançado em 2005, que contém a música previamente citada, assim como os singles Photograph, Far Away (com seu meloso clipe sobre o bombeiro que não morre) e Rockstar, contém também composições que desfazem qualquer visão de banda “pop-rock-safado-chiclete-seguidora-de-fórmulas-putz-que-saco” já formada por muitos sobre esses rapazes canadenses. A exemplo dessas composições encontram-se a própria Animals, com grande força a personalidade instrumental, principalmente por parte da bateria e do riff de guitarra na introdução - A primeira faixa do disco Follow You Home, com evidentes referências ao estilo simpatizante da country music da banda, além de solos de bom gosto com uso de slides e tappings (para bom guitarrista, palavras difíceis bastam) e o vocal gritado e rasgado de Chad - Fight For All The Wrong Reasons, a segunda faixa, com distorções e levadas de peso e uma ponte que abusa de efeitos que beiram até mesmo o psicodelismo nos vocais e na volta triunfal ao refrão - Next Contestant com riffs muito bem formulados - Side Of A Bullet com uma nítida referência aos instrumentais de bandas de metal e trash como o Metallica (em especial) e harmônicos à la Zakk Wylde. Isso tudo além da bem humorada Rockstar e a interessante composição Savin' Me. '

Se teve alguma vez em que mudei drasticamente minha opinião sobre uma banda, foi com esse álbum, que passei a julgar de muita qualidade, tanto quanto aos caras enquanto músicos quanto às produções caprichadas e fortes de todas as faixas, incluindo até mesmo os singles, que por mais que eu não simpatize com Photograph, por exemplo, sei que é um pop de boa qualidade. Mas não é só o que a banda sabe fazer, mas sim o que eles descobriram para viver, e assim reservar as boas composições para a galera realmente interessada em “descobrir” quem realmente é o Nickelback.

Novamente agradecendo a janela cedida pelo amigo Danilo para eu me intrometer por aqui, espero ter sido útil e incentivado ao amigo leitor a ouvir mesmo esse som, porque vale a pena, ainda mais para os apreciadores do bom rock´n roll contemporâneo, seja com ou sem suas pitadas de pop, afinal, quem disse que pop precisa ser ruim? Nesse caso existe, mas não é sem-vergonha como se imagina entre os ouvintes de rádio.

Tracklist - All The Right Reasons – Nickelback

1. Follow You Home
2. Fight For All The Wrong Reasons
3. Photograph
4. Animals
5. Savin´ Me
6. Far Away
7. Next Contestant
8. Side Of A Bullet
9. If Everyone Cared
10. Someone That You´re With
11. Rockstar


Grande abraço,

Pepê.

Sugestão de Playlist:

1. Nickelback – Animals
2. Oswaldo Montenegro - Bandolins
3. Arnaldo Antunes – Fora de Si
4. Clube do Balanço – Paz e Arroz
5. Blue Man Group – Rods And Cones