quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
No Subject, again
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Planejamento de Ações
Nas próximas semanas, com alguma ajuda, pretendo publicar mais sobre bandas boas que ainda não passaram por aqui, ou que tenham passado despercebidas. Falo de Led Zeppelin, Rolling Stones, Creedence Clearwater Revival, Deep Purple, Santana, The Who, The Doors, e também de algumas que já tratamos aqui com menor profundidade (Beatles, Yes, Pink Floyd, etc.). Além disso, seguindo a idéia de 2 compadres, vamos falar um pouco sobre a importância BBC para o Rock, naquela época em que boas bandas participavam de programas e documentavam valiosos materiais fonográficos, normalmente batizados de BBC Sessions.
Isso tudo com certeza contribuirá para engordar a nossa HD 115 dB, e ajudará a democratizar a cultura via Web. Espero que apreciem, sem moderação
Um Abraço!
Sugestão de Playlist:
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Parte II - A Nata do Blues Britânico
Texto escrito por João Victor Andery
Voltei, e voltei com o creme (que não é Victoria’s Secret).
A história se passa após um show dos Bluesbreakers dentro de um carro Rover (não o show, a história), quando o baterista do Graham Bond Organization, Ginger Baker, dava uma carona de volta a Londres para Eric Clapton. Conversa vai, papo vem, e Baker menciona os problemas de Bond com as drogas e a sua vontade de sair e começar uma nova banda. Coincidentemente, olhem que genial, Clapton pensava a mesma coisa! Mais conversa vai, mais conversa vem, e, finalmente, Baker convida Clapton para se juntar à banda. Obviamente, Eric aceita, mas com uma condição: Baker teria que contratar Jack Bruce para tocar baixo.
A mídia ficou sabendo, e logo em seguida o furor tomou conta da multidão. Todos à espera de um milagre, afinal, eram três mestres plugados juntos a uma mesa de som. Os três chamam a banda de Cream pois eles já eram considerados “a nata” dentre os músicos de jazz e blues da Grã-Bretanha. Um fato curioso, ainda em 1966, um ilustre fã de Eric Clapton convida o Cream para tocar no mesmo festival em que ele tocaria, só pra ter a chance de fazer uma jam junto com o mestre. Esse fã era ninguém mais, ninguém menos que Jimi Hendrix.
Ainda em 1966, o Cream lança seu debut, Fresh Cream que alcançou o 6º lugar nas paradas britânicas e o 39º nos EUA. Mas isso são só números, e para nós, o que importa é o conteúdo. O álbum tem aproximadamente 12 faixas (varia de país em país), com alguns Standards do blues como “Spoonful”, “Rollin’ and Tumblin’” e “Cat’s Squirrel” e músicas próprias também, incluindo um dos primeiros solos de bateria na história do rock, o tour-de-force “Toad”. É o trabalho mais blueseiro e pesado deles, tendo destaque o hit “I Feel Free”, a porrada “N.S.U.” e o raíz “Sleepy Time Time”.
Já em 1967, sai o clássico Disraeli Gears, que alcançou o Top 5 em ambos os continentes. Eu precisaria de um post inteiro para contar detalhes deste álbum, mas o tempo é curto e o prazo também. Daqui saíram 3 maravilhas do mundo moderno: “Strange Brew”, “Tales of Brave Ulysses” e “Sunshine of your Love”. “Strange Brew” é um pop no estilo de “For Your Love” dos Yardbirds (música que foi motivo de saída do Clapton da banda), “Tales of Brave Ulysses” é uma viagem de ácido, e “Sunshine of Your Love” é uma história que começou a ser escrita no amanhecer de um dia na sacada de um hotel (It’s getting near dawn, when lights close their tired eyes). Outro destaque vai pra “Dance the Night Away” e “SWLABR”. Certa vez, perguntado no dvd “Classic Álbuns: Disraeli Gears” sobre essa música, Jack Bruce declarou:
Entrevistador: Qual é o significado dessa música?
Jack Bruce: (...) Drogas.
Ouça e comprove.
Em 1968 o Cream lança o seu álbum mais bem sucedido, o imponente disco duplo Wheels of Fire, primeiro disco de platina (1 milhão de cópias) a receber o certificado da RIAA, (Recording Industry Association of America). O disco 1 contém músicas inéditas, entre elas o sucesso de rádio “White Room” e a porrada “Deserted Cities of the Heart”. Já o disco 2 mostra o Cream ao vivo com uma performance memorável de 16 min de “Spoonful”. Porém, o ano não foi só de alegrias para a banda. Foi em 68 que eles não suportaram mais as pressões e decidiram terminar o que tinham acabado de começar. Bruce e Baker não se agüentavam mais e Eric não mais suportava ser o pacificador de brigas cinematográficas. Além disso, Clapton leu na Rolling Stone uma crítica sobre o Cream, em que o autor o nomeava como o mestre do blues clichê. Isso fez com que ele decidisse acabar com a banda e procurar um novo rumo musical para si (vide Derek and The Dominoes).
Já acabado, o Cream cumpre tabela e lança em 1969 o seu derradeiro trabalho de estúdio com um título que veio bem a calhar: Goodbye. Nada demais, apenas um desfecho póstumo, talvez em grande estilo para os fãs de boas parcerias, pois a faixa “Badge” é autoria de Clapton e do beatle George Harrison. Inclusive, foi o próprio George quem gravou a guitarra base.
Anos e anos depois os rapazes, agora bons senhores ingleses com dentes podres e roupas bem alinhadas, se encontraram em ocasiões especiais que não merecem ser mencionadas. A não ser a reunião do Cream em 2005 que acabou sendo lançado em CD e DVD. Foram shows no Madison Square Garden, em Nova York, e no clássico Royal Albert Hall, em Londres.
Dificilmente alguém vai conseguir fazer o que esses caras fizeram, sinceramente, sou bastante cético quanto a isso. Mas pensando por outro lado, as pessoas deviam falar a mesma coisa quando Mozart morreu, ai surgiu o Rock’n Roll e tudo ficou beleza.
Muito obrigado pelo espaço e espero voltar mais vezes. Enquanto isso devore o Cream sem moderação porque é bom demais.
Abraxoletas, como diria um amigo.
Sugestão de Playlist:
É difícil eleger as 5 melhores do Cream, então eu vou tentar quebrar as regras e mostrar 10 essenciais.
1 – N.S.U.
2 – Sleepy Time Time
3 – Spoonful
4 – Sunshine of Your Love (procure a versão do Live Cream)
5 – Dance the Night Away
6 – We're Going Wrong (destaque especial)
7 – Tales of Brave Ulysses
8 – SWLABR
9 – White Room
10 – Deserted Cities of The Heart (ouça o solo do mestre)
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Parte I - As Raízes do Blues Britânico
Pelo Blues Incorporated, já passaram diversas figuras notáveis do meio musical, como Charlie Watts (baterista dos Stones), Jack Bruce e Ginger Baker (baixista e baterista do Cream, respectivamente), e Graham Bond **, (organista, saxofonista e vocalista do Graham Bond Organization). Vale lembrar que Bond foi um dos primeiros músicos (quiçá o primeiro) a combinar o órgão Hammond aos amplificadores Leslie (equipamento básico de Jon Lord no Deep Purple), e hoje é também conhecido como o co-criador do Blues britânico.
Fora o Blues Incorporated e o Graham Bond Organization, mais uma banda forma a Tríplice-Coroa-dos-Pais-do-Blues-Britânico (TCPBB): o John Mayall and The Bluesbreakers, na minha modesta opinião, a mais importante delas. Faziam o som melhor trabalhado e sem dúvida terminaram de definir o Blues por lá. Eric Clapton passou pelos Bluesbreakers e com eles gravou um disco de título criativo: “Eric Clapton with The Bluesbreakers”. Foi nessa época que começaram a aparecer as inscrições “Clapton is God” nos metrôs de Londres. Além do ótimo som, os Bluesbreakers de John Mayall ficaram famosos por dar origem a outras bandas.
- Então espera ai. Pensando dessa forma, o cenário Blueseiro na Inglaterra era uma verdadeira putaria! Um dava raízes ao outro, que dava origem a mais um, e assim em diante.
Exato. Alexis Korner originou os Stones e o Graham Bond Organization. O Graham Bond deu origem ao Cream. E o John Mayall and The Bluesbreakers por sua vez deu origem ao Fleetwood Mac ** (na época de Peter Green, quando eles faziam um Blues roots), integrou Mick Taylor (não é o Jagger) nos Rolling Stones e Eric Clapton no Cream.
E é aqui onde eu queria chegar, no Creme do Blues, com os músicos mais requisitados da época, o primeiro Power Trio da história. Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton, o Cream. Mas essa é outra história, que fica pra mais tarde. Já tomei em demasia o tempo do leitor.
Obrigado e até a próxima.
Notas:
* O R&B era o estilo dominante da época. O The Who e os Stones no início eram R&B (Rhythm and Blues).
** Particularmente, Graham Bond era uma cara estranho. Viciado em heroína por algum tempo, largou as drogas e começou a se envolver com o ocultismo, chegando até a achar que era filho do próprio Aleister Crowley. Acabou suicida debaixo das rodas de um trem.
*** O Fleetwood Mac já foi bom um dia. No seu início, antes de Stevie Nicks e cia. entrarem para a banda, eram Peter Green e John McVie quem ditavam as regras. E a regra era o Blues.
**** Rod Stewart também já foi boa gente e gravou um disco Blueseiro com o Jeff Beck.
Sugestão de Playlist:
1. John Mayall and the Bluesbreakers (With Eric Clapton) – Steppin’ Out
2. John Mayall and the Bluesbreakers (With Eric Clapton) - All Your Love
3. Graham Bond Organization - Wade in the Water
4. Graham Bond Organization - Big Boss Man
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Presente de Natal
E dessa vez, trazendo um presente de natal especial! Trata-se da discografia de uma das minhas bandas favoritas, o CKY ("Camp Kill Yourself"). Se após ler esse nome, você estiver procurando um rótulo para o som, já se perdeu no caminho. O som do CKY é diferente! Tem uma pegada rock mas ao mesmo tempo um estilo próprio, riffs de guitarra maravilhosos e letras que ficam na cabeça por muito tempo.
Essa banda pouco (ou nada) conhecida aqui no Brasil, começou a ganhar popularidade com a aparição da musica 96 Quite Bitter Beings no jogo Tony Hawk's Pro Skater 3. Depois do sucesso, assinaram com a gravadora Island (o primeiro cd, Volume 1 foi lançado independente) e lançaram o "Dark Side" deles, Infiltrate.Destroy.Rebuild.
Com dois singles no rádio e mais duas musicas em filmes (em Resident Evil 2 toca Escape From Hellview e em Jackass-O Filme toca Flesh Into Gear), o CKY entrou novamente em turnê (agora com um novo baixista) e em 2005 lançou seu mais recente trabalho, An Answer Can Be Found.
Para quem, como eu, é fã de carteirinha, uma boa noticia, o novo álbum está previsto pra ser lançado entre março e abril de 2008.
Aguardarei ansioso!
Abraço do titio.
Download - CKY - Volume 1 (1999)
Download - CKY - Infiltrate.Destroy.Rebuild (2002)
Download - CKY - An Answer Can Be Found (2005)
Sugestão de Playlist:
1. CKY - Escape From Hellview
2. Turbonegro - Get It On
3. H.I.M. - Venus Doom
4. Clutch - Hoodoo Operator
5. Daniel Lioneye - Lonely Road
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007
The Quiet One
Sugestão de Playlist:
1. George Harrison - Cloud 9
2. George Harrison - Cockamamie Business
3. Beatles - While My Guitar Gently Weeps
4. Beatles - Piggies
5. George Harrison - Bangladesh
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quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Dois Brasileiros
- Cara, ouve um disco dele que se chama "Um Brasileiro".
- É bom?
- O disco todo são regravações de músicas do Chico. Quer que eu te passe?
- Nossa, demorou.
Não foi exatamente assim o diálogo, mas o que importa é que o álbum veio parar em minhas mãos. Só que ficou algum tempo esquecido na HD, já que veio num formato estranho que não era gravável em CD. Depois de algum tempo reorganizando minhas músicas, me deparei com "Um Brasileiro". E ai?
Aí o bicho pegou, porque o disco é muito foda. Ney Matogrosso escolheu a dedo um repertório impecável. De Construção a Não existe pecado ao sul do Equador, o cantor percorre grandes momentos do nosso poeta, sem perder o gingado. Claro que as versões são à moda de Ney, e esse que é o tempero da Baiana. O álbum é original e ao mesmo tempo fiel à obra. Inclusive, Chico faz participação em Até o Fim, com a sua voz fanha e "Chinfrim". Destaque ainda para a versão de A banda, e de Corrente.
Se a proposta é boa, o disco é melhor ainda. Eu poderia escrever mil linhas, que nenhuma descrição seria melhor que o próprio disco. Deixo as palavras para Chico, e passo a bola para o Ney. Ou melhor, pra você.
Download – Ney Matogrosso – Um Brasileiro (1996)
- Moto-contínuo
- Cala a Boca, Bárbara
- Mil Perdões
- Valsinha
- Minha História (Gesubambino)
- Soneto
- Roda Viva
- Corrente
- Bom Conselho
- Partido Alto
- Homenagem ao Malandro
- Até o Fim
- Almanaque
- Acalanto Para Helena
- A Banda
- Não Existe Pecado ao Sul do Equador
Abraço!
Sugestão de Playlist:
- Ney Matogrosso – Cala a Boca, Bárbara
- Beatles – I Want You (She's so Heavy)
- Radiohead – Creep
- Chico Buarque – Homenagem ao Malandro
- Led Zeppelin - What Is and What Should Never Be
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quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Clapton & Cale
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terça-feira, 13 de novembro de 2007
Quando o grave bate no peito.
Pink Floyd é uma puta referência musical, e isso é fato. Não só por ter influênciado grandes bandas e até mesmo o Falcão (vide Atirei o pau no gato), mas por ter se consolidado como uma vanguardista, tendo inclusive inventado toda essa história de sincronizar filmes com álbuns. Já ouviu falar em Dark side of the Rainbow, a famosa sincronia de Dark Side of The Moon com O Mágico de Oz?
Curtiu? Então aproveite pra baixar aqui o som:
Easy Star All Stars - The Dub Side of The Moon
E é isso ai, irmão. Esse é o meu Testemunho. Declaro que o referido é verdade e dou fé.
São Paulo, 13 de novembro de 2007.
Abraço!
Sugestão de Playlist:
1. Easy Star All Stars - Step it pon the Rastaman Scene
2. Muse - Apocalipse Please
3. Janis Joplin - Move Over
4. Toquinho e Vinícius - A Tonga da Mironga do Kabuletê
5. Rage Against The Machine - Renegades of Funk
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Leitura Recomendada
Só pra não deixar desnutrido esse Blog, vou mandar um post-aperitivo. Dessa vez, para os olhos e não para os ouvidos. Acontece que a meu projeto "Reorganizar 2007" está me deixando confuso. O projeto consiste em pegar tudo o que eu tenho de música e colocar em um só lugar, backupear e correr pro abraço.
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O Acaso
Após um feriado revigorante, voltamos às atividades normais. A mesma rotina, pelo menos até a próxima semana.
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segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Trilha sonora (de um momento da sua vida)
O que me fez pensar sobre isso foi que eu sempre gostei de pegar onda. Comecei neste “vício” com 16 anos (hoje tenho 27) e neste tempo muitas amizades foram feitas, muitas trips, muitas roubadas, muitas ondas de sonho e muitas histórias aconteceram...E várias dessas histórias têm a sua trilha sonora específica.
Eu, particularmente, acho que filmes de surf são umas das melhores fontes para se encontrar boas músicas, daquelas que marcarão você pra sempre, que te trarão lembranças no futuro. Principalmente pra quem gosta de hardcore, punk rock e afins.
Há pouco tempo atrás tive a idéia de baixar da net alguns filmes de surf e para minha surpresa encontrei alguns mais antigos, dessa mesma época minha de adolescente. E ao assistir e escutar as músicas novamente, após 10 anos, várias lembranças vieram à tona naquele momento. Indescritível!
Agora mesmo estou lembrando de uma viagem a Ubatuba...
Sugestão do "Playmovielist":
1. Rip Curl – Stomp
2. Taylor Steele – The show
3. Rip Curl – This way up
4. Rip Curl – Beyond the Boundaries
5. Taylor Steele – Good Times
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sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Degustando Los Hermanos
A banda carioca, formada por estudantes da PUC e idealizada por Marcelo Camelo, nunca seguiu receita musical alguma, sempre somando ou subtraindo ingredientes do seu som, sem nunca perder o sabor. Naturalmente, a prática e o tempo levam à excelência, e pouco a pouco, os rapazes foram melhorando a mão.
É verdade que para 10 anos de carreira, os Hermanos possuem um cardápio restrito, no que se refere à quantidade (4 Álbuns), mas sem dúvida a qualidade é excepcional, e o tempero é melhor que o da baiana. Aliás, o segredo está justamente no tempo de preparo, para que nada seja servido cru.
Começaram soando ligeiramente como hardcore, apesar das letras de amor e de outros elementos alheios ao gênero, como trompetes. No final de 98, a banda (formada por Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba, Bruno Medina e Patrick Laplan) lançava duas fitas demo como aperitivos, intituladas “Chora” e “Amor e Folia”. De uma maneira ou de outra, as fitas caíram no gosto de Paulo André, então produtor do festival Abril Pro Rock de Recife. Foram convidados a tocar no festival, e logo em seguida, se apresentavam no Festival Superdemos.
Já em 1999, lançavam seu álbum de estréia, homônimo, pela Abril Music. O disco vinha recheado de músicas que perambulavam entre o hardcore, o ska e o samba, e variava entre letras adocicadas e amargas. O hit Anna Julia estoura e projeta os rapazes no cenário nacional, resultando na venda de 300 mil cópias do álbum. A canção agradou também o paladar de Jim Capaldi, que com George Harrison, regravou-a em seu último trabalho “Living on the Outside” (2001).
Um par de anos depois, já digeridos pela cena musical brasileira, os Hermanos mostram seu amadurecimento no Bloco do Eu Sozinho. O segundo álbum da banda traz ainda um gosto de hardcore, mas desta vez empanado em melodias sincopadas, fortemente influenciadas pela Bossa Nova, Samba, e com maior participação do naipe de metais. A adição de novos ingredientes somada à “reforma parcial na cozinha” (o baixista Patrick Laplan deixara a banda) trouxe uma sonoridade mais saborosa à banda. Contudo, parte da crítica (e inclusive a própria Abril Music) alegou indigestão e colocou os rapazes na geladeira.
Mesmo assim, os adeptos da banda cresciam pouco a pouco, e em 2003 mais um trabalho saia do forno, sob o nome de Ventura. É verdade que houve uma pequena degustação antes da hora (algumas versões demo vazaram pela internet), mas isso não impediu o disco de consolidar finalmente o Los Hermanos no cenário nacional.
Ventura é, para mim, o disco mais rico da banda, porque traz uma pluralidade de condimentos como só o paladar brasileiro poderia conceber. Ao mesmo tempo em que põe à mesa o samba de “Samba a dois”, traz a melancolia de canções como “O Velho e o Moço”. Consegue reunir o rock de “Cara Estranho” à levada circense de “Do lado de Dentro”, e assim por diante. A turnê do disco resultaria ainda em um DVD, gravado no Cine Íris.
Em 2005, a banda lança seu quarto trabalho: Quatro. Para todos que estavam acostumados com a levada de Ventura, o disco veio como um baque. Não por ser ruim, mas por ser completamente introspectivo. Ao contrário dos demais álbuns, Quatro é mais calmo, bastante puxado na Bossa Nova. Os metais, que caracterizavam a banda nos trabalhos anteriores, foram subtraídos, dando espaço para o violão. O tempero é mais suave, mas ainda assim, a mistura é bem azeitada e traz pérolas como “Condicional”, “O Vento” e a levada latina de “Paquetá”.
O banquete está suspenso, mas quem ainda não se deu por satisfeito, pode repetir enquanto não chega a sobremesa.
Deu água na boca? Então sirva-se. O buffet é livre.
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007
HD 115 dB
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sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Pré-Final de Semana
Repare na músiquinha de fundo. Muito louca!
Bom, é isso aí! Time's up!
Abraço!
Sugestão de Playlist:
1. PJ Harvey & Bjork - Satisfaction.
2. Red Hot Chilli Peppers - Walkabout.
3. Pink Floyd - Childhood's end.
4. Chico Buarque - Brejo da Cruz
5. Jack Johnson - Sitting, Waiting, Wishing (Sem preconceito, rapaziada!)
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segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Pós-Feriado.
Tenho a leve impressão de que o áudio está atrasado.
Por fim, inauguro hoje também a nossa querida HD Virtual. Por enquanto tem pouco coisa, mas vou upando o que já sugeri aqui, pouco a pouco. Pra quem quiser checar, basta clicar nos links ao lado, ou digitar http://115db.4shared.com/ . A senha de acesso é 115db
Bom, é isso. Quick hugs!
Sugestão de Playlist
1. Novos Baianos - Um Bilhete para Didi
2. Cidadão Instigado - O pinto de peitos
3. Motocontínuo - As maravilhas da cidade grande
4. NOFX - Glass War
5. Led Zeppelin - The Rover
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segunda-feira, 8 de outubro de 2007
:: Propagandhi Live! (06/10) ::
"Fudido. Bom Bagarai. Do cacete. Muito Foda."
Poucas palavras poderiam definir com precisão o que foi o show do Propagandhi em São Paulo, no último sábado (06/10). Certamente, qualquer uma delas tem um significado positivo. Insano, apoteótico, genial e fantástico são boas pedidas, mas talvez a melhor definição venha do Inglês. O show foi Trash, no melhor sentido da palavra. Não só porque a própria banda se define como progressive-trash, mas também porque a casa estava repleta de Trashers ensandecidos.
O Outs abriu por volta das 16h, mas eu só fui dar as caras no local às 19:20h. Logo na entrada, eu via Todd “The Rod” (baixista da banda). Do outro lado, um skinhead apanhando muito. Foi derrubado no chão, levava fortes chutes no crânio e jorrava sangue pelos buracos dos piercings. Depois levantou-se e acendeu um cigarro, como se esse tipo de situação fosse rotineira. Resolvi então entrar.
Lá dentro tocavam bandas de abertura, havia uma pequena banca de camisetas, adesivos e CDs (nenhum do Propagandhi). Uma cerveja e algum tempo depois, o local começava a se empanturrar de gente e as bandas de abertura não acabavam nunca. O show, previsto para começar entre 19h e 19:30h foi começar perto das 22h.
Já no palco, os canadenses se preparavam e o público, eufórico, se espremia para se aproximar. A 1 metro de distância da banda, eu também aguardava ansioso. E então Chris Hannah deu os seus primeiros acordes, anunciando “A Speculative Fiction” e levando todos à loucura. Nunca vi tantos Stage-dives na vida, como nesse show. Foram dúzias de bicas na cara e cotoveladas na costela. O vídeo abaixo talvez consiga dar uma idéia da energia que rolava lá.
Depois de uma pequena pausa e um BIS, o Propagandhi encerrava o show com “Who Will Help me Bake this Bread”. Pouco depois do show, ainda perambulavam pelo ambiente, doavam algumas palhetas e se arriscavam de leve no português. São caras simpáticos e humildes.
Sugestão pra quem quer começar a ouvir: Today’s Empires, Tomorrow’s Ashes (Álbum)
Créditos do vídeo: KFCnirvana
Créditos da Foto: Kaio Ramone
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Viagens Psicodélicas
Ainda em 1968, na cidade de Londres, surgiam os primeiros indícios do Yes, quando Chris Squire convidava Jon Anderson para montar uma banda num velho Pub. Papo vai, papo vem, e os rapazes estariam abrindo um show para o Cream em 26 de Novembro daquele mesmo ano, no Royal Albert Hall. Quase um ano depois, o Yes lançava o seu primeiro Álbum, também Homônimo, pela Atlantic Records.
Ambas as bandas permaneciam seguindo caminho paralelos, apesar da distância. E eis que, em 1972, o Yes lança o clássico Fragile. Dois anos depois, os Mutantes, já sem Rita Lee e Arnaldo Baptista, lançavam o seu próprio Fragile, intitulado, Tudo Foi Feito Pelo Sol. Provavelmente aqui você deve se perguntar: “Tá, e daí?”. E daí que os dois discos se tornaram marcos do rock progressivo, transbordando genialidade, agilidade, perspicácia e lisergia.
Talvez pela diferença de tempo, o álbum inglês tenha influenciado o brasileiro. Contudo, os Mutantes não descartaram o tempero Tropicalista que escondiam na manga, e fizeram um álbum de tirar o chapéu, mantendo-se firmes no páreo.
O Fragile é composto por 9 músicas, sendo 6 delas criações pessoais de cada um dos integrantes, e as outras 3, criações em grupo. O Álbum já começa com uma pedrada, que é Roundabout, com 8 minutos e meio. O baixo marcante, a bateria sincopada e os efeitos psicodélicos que o então estreante Rick Wakeman produz nos teclados, criam a atmosfera de todo o disco. Destaque ainda para South Side of the Sky, The Fish (Schindleria Praematurus), Mood for a Day e Heart of The Sunrise, finalizando o disco com maestria, e deixando o riff pegajoso de guitarra grudado na cabeça.
O Tudo foi feito pelo sol, por sua vez, consiste basicamente em criações de Sérgio Dias, ora acompanhado, ora sozinho. Logo de cara, a pedrada já bate na cabeça. Mas desta vez ela vem na forma de uma Chuva de espinhos. Deixe entrar um pouco d’água no quintal é, sem dúvida, a melhor música do disco e já prepara o ouvinte para uma bela experiência sonora, além de mostrar as habilidades com as 6 cordas de Sérgio Dias. O disco segue com Pitágoras, e claramente se vê a influência progressiva. Não fosse pela voz e pelas letras, poderíamos trocar algumas músicas entre os discos sem que houvesse estranhamento. Destaque para Rock n’ Roll bem-humorado de Eu só penso em te ajudar e para o desfecho suave, que leva o nome do LP (Tudo foi feito pelo Sol).
Abraço!
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